Ana Paula Veloso Fernandes, a serial killer brasileira conhecida como Menina Veneno Ana Paula Veloso Fernandes, a serial killer brasileira conhecida como Menina Veneno

Menina Veneno: quem é Ana Paula, a Serial Killer brasileira

Ana Paula Veloso Fernandes, a Menina Veneno, técnica de enfermagem e estudante de Direito, foi presa em São Paulo sob suspeita de ser uma serial killer responsável por uma série de mortes ocorridas entre janeiro e maio de 2025 em Guarulhos, São Paulo, e no Rio de Janeiro. A polícia atribui a ela quatro homicídios confirmados e pelo menos dez mortes de animais, todas por envenenamento com chumbinho.

Segundo os investigadores, Ana Paula testava o veneno em cães antes de aplicá-lo nas vítimas humanas.
Ela é descrita pelos investigadores como uma mulher de comportamento frio, calculista e manipulador, com traços compatíveis ao de uma psicopata.

A “Menina Veneno” está presa preventivamente e será submetida a perícia comportamental pelo Núcleo de Análise do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) de São Paulo. Sua irmã gêmea, Roberta, e a amiga Michele Paiva da Silva — filha de uma das vítimas — também estão presas sob suspeita de participação nos crimes.

Ana-Paula, Menina Veneno

As vítimas humanas de Ana Paula Veloso

1. Marcelo Hari Fonseca — Guarulhos (janeiro de 2025)

Perfil: Dono da casa onde Ana Paula alugava um cômodo.
Método: Envenenamento com chumbinho.
Motivação: A polícia acredita que Ana Paula queria tomar posse do imóvel.
Detalhes: Ela chegou a chamar a polícia alegando não saber o paradeiro do vizinho e fingiu desconhecer o nome da vítima. Após o crime, passou a morar na casa principal e impediu o acesso da família.
Situação: Caso inicialmente arquivado como morte natural, mas reaberto após desconfiança dos familiares. Ana Paula confessou o homicídio.

2. Maria Aparecida Rodrigues (“Mara”) — Guarulhos (abril de 2025)

Perfil: Mulher com quem Ana Paula mantinha um relacionamento.
Método: Envenenamento.
Motivação: Ana Paula teria matado Maria Aparecida para incriminar um policial militar casado com quem se envolveu e que havia terminado o caso.
Detalhes: Ela fez a vítima participar de ofensas públicas contra o policial nas redes sociais e, após matá-la, enviou mensagens à esposa do policial dizendo que o homem teria sido responsável pela morte.
Situação: Corpo exumado; a polícia confirma a morte por veneno.

3. Neil Corrêa da Silva, 65 anos — Rio de Janeiro (abril de 2025)

Perfil: Pai de Michele Paiva da Silva, colega de faculdade de Ana Paula.
Método: Envenenamento por comida contaminada (feijoada).
Motivação: Crime encomendado por Michele, filha do idoso, que queria a morte do próprio pai.
Detalhes: Ana Paula viajou de Guarulhos ao Rio para cometer o assassinato, recebendo R$ 4.500 pelo serviço.
Situação: Michele e Ana Paula foram presas; corpo de Neil foi exumado e confirmou-se o uso de veneno.

4. Hayder Maazeres (também citado como Rider Maazeres), 21 anos — São Paulo (maio de 2025)

Perfil: Tunisiano que mantinha relacionamento com Ana Paula.
Método: Envenenamento.
Motivação: Interesse financeiro. A polícia acredita que Ana Paula buscava acesso à herança do estrangeiro e inventou uma falsa gravidez para forçar o casamento.
Detalhes: Hayder passou mal em seu condomínio no bairro do Brás, e a suspeita estava presente no local. Após a morte, ela fez exigências à família da vítima sobre dinheiro e até pediu para participar do enterro na Tunísia.
Situação: Investigação em curso; há indícios materiais do veneno.

As vítimas animais da Menina Veneno

Antes de cometer os homicídios, Ana Paula teria matado cerca de dez cães usando chumbinho, segundo relatos da polícia. Esses testes serviriam para avaliar os efeitos do veneno antes de utilizá-lo em pessoas. Os crimes contra os animais são considerados o início do padrão de comportamento homicida da acusada.

Métodos e padrão dos crimes

  • Substância usada: chumbinho (veneno ilegal de uso veterinário).

  • Modo de ação: disfarce do veneno em comidas e bebidas, simulando mortes naturais ou acidentes domésticos.

  • Padrão comportamental: aproximação afetiva, manipulação emocional e interesse econômico.

  • Táticas pós-crime: tentativa de incriminar terceiros, assumir bens das vítimas e acompanhar as investigações de perto, inclusive comparecendo às delegacias.

Situação atual do caso

Ana Paula está presa na capital paulista e aguarda julgamento pelo Tribunal do Júri.
As exumações dos corpos de suas vítimas confirmaram o uso de veneno. O caso é tratado pelo DHPP como um dos mais graves registros de assassinatos em série por envenenamento no país. O perfil psicológico da criminosa está sendo traçado pelo Núcleo de Análise Comportamental da Polícia Civil, que busca entender o padrão e possíveis novas vítimas. A investigação segue em andamento para apurar a extensão dos crimes e o envolvimento de cúmplices, incluindo a irmã gêmea Roberta e a amiga Michele.

Fontes: R7 | SBT News

Semelhanças com o caso de Elize Matsunaga

A trajetória criminal de Ana Paula Veloso Fernandes, a “Menina Veneno”, tem chamado atenção dos investigadores e do público por lembrar em vários aspectos o caso de Elize Matsunaga, que chocou o país em 2012. Assim como Elize, Ana Paula é mulher, loira, técnica de enfermagem e estudante de Direito, combinação de perfis que desperta curiosidade por unir formação na área da saúde — com conhecimento sobre substâncias tóxicas — e a busca por formação jurídica.

Elize Matsunaga na série documental da Netflix

Elize Matsunaga ficou conhecida por matar e esquartejar o marido, Marcos Kitano Matsunaga, executivo da Yoki Alimentos, em maio de 2012. O crime foi motivado por uma disputa financeira e emocional e teve ampla repercussão nacional. Condenada a 19 anos de prisão, Elize cumpriu parte da pena e atualmente está em liberdade condicional.

Nos dois casos, as semelhanças vão além da aparência e da formação profissional. Tanto Elize quanto Ana Paula demonstraram, segundo peritos e delegados responsáveis, frieza emocional e capacidade de manipulação durante as investigações.
Enquanto Elize tentou encobrir o crime de forma metódica após um impulso, Ana Paula teria planejado e executado uma série de homicídios por envenenamento, demonstrando um comportamento mais serial e sistemático.

Outra coincidência é o contexto geográfico: ambas atuaram em São Paulo, e os casos envolveram relações afetivas e interesses patrimoniais. No entanto, as autoridades destacam que o caso de Ana Paula pode se tornar ainda mais complexo, uma vez que as investigações apontam para múltiplas vítimas, cúmplices e premeditação em diferentes ocasiões.