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Justiça dos EUA quer que o Google venda o navegador Chrome

Este é o maior esforço do governo dos EUA para controlar uma gigante da tecnologia desde a tentativa de dividir a Microsoft nos anos 2000

O Departamento de Justiça dos EUA decidiu pedir a um juiz que ordene à Alphabet Inc., dona do Google, a venda do navegador Chrome, em um movimento histórico para combater o monopólio tecnológico.

Após a decisão do juiz Amit Mehta, em agosto, de que o Google monopolizou ilegalmente o mercado de buscas, os promotores antitruste planejam medidas que também envolvem a inteligência artificial (IA) e o sistema operacional Android. Além disso, pretendem propor exigências de licenciamento de dados, destacando que essas ações podem transformar o mercado de buscas e a indústria emergente de IA.

Em matéria da Bloomberg, Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios do Google, criticou a iniciativa: “O Departamento de Justiça continua promovendo uma agenda radical que vai muito além das questões legais deste caso.” Ela argumenta que essas ações podem prejudicar consumidores, desenvolvedores e a liderança tecnológica americana. O Google, que pretende recorrer da decisão, viu suas ações caírem 1,8% no mercado após o anúncio.

Os promotores querem que a venda do Chrome seja considerada devido ao papel estratégico do navegador no acesso ao motor de busca do Google, que controla cerca de 61% do mercado nos EUA. No entanto, a venda do Android foi descartada como medida. O juiz Mehta deve realizar audiências em abril de 2025 para decidir as mudanças necessárias, com uma decisão final prevista para agosto do mesmo ano.

As propostas incluem desvincular o Android de outros produtos do Google, como o motor de busca e a loja de aplicativos Google Play, além de impor o compartilhamento de dados e resultados de busca com outros anunciantes e permitir que sites optem por não ter seus conteúdos usados em produtos de IA da empresa. Editores da web reclamam que as respostas baseadas em IA, conhecidas como “AI Overviews”, prejudicam tráfego e receita, já que os usuários raramente acessam os sites fonte.

Por fim, os promotores sugerem que o Google licencie dados subjacentes, como “cliques e consultas”, e permita a sindicação separada de resultados de busca, o que ajudaria concorrentes e startups de IA a melhorar rapidamente a qualidade de seus produtos. Essas mudanças, se aprovadas, podem marcar uma das maiores intervenções governamentais no setor de tecnologia desde a tentativa fracassada de dividir a Microsoft na década de 1990.

via Bloomberg.