O segundo episódio da 5ª temporada de Stranger Things aprofunda as consequências imediatas do ataque à família Wheeler e estabelece novas conexões entre Holly, Vecna e o próprio Mundo Invertido. O capítulo já disponível na Netflix funciona como ponte entre o sequestro da menina e a corrida dos personagens para rastrear seus passos, abrindo novas frentes narrativas na reta inicial da temporada final. Confira a explicação do episódio intitulado “O Desaparecimento de…”
O ataque à família Wheeler e a busca por Holly
A continuação começa minutos após o ataque dentro da casa dos Wheeler. Holly é arrastada para o Mundo Invertido por um Demogorgon, enquanto Karen e Ted ficam gravemente feridos. Nancy e Eleven são as primeiras a chegar ao local e encontram o portal ainda ativo. Como o portal dos Creel vem sendo monitorado pelos militares, a dupla vê a abertura criada pelo monstro como uma oportunidade rara de acesso imediato ao Mundo Invertido.
Mesmo relutante sem a autorização de Hopper, Eleven atravessa o portal, motivada pela urgência do sequestro de Holly. Mike e Lucas chegam logo após e chamam uma ambulância. Os pais são levados para cirurgia, enquanto Nancy tenta lidar com a culpa por não ter previsto o ataque, já que Vecna havia sugerido que sua família sofreria consequências.
O episódio coloca Mike, Nancy e Lucas diante de uma discussão importante: por que Vecna feriu os adultos, mas levou a criança? Lucas lembra que o padrão repete o sequestro de Will na primeira temporada, usando o Demogorgon como ferramenta de captura e vigilância. A proximidade com o aniversário do desaparecimento de Will reforça a suspeita de que Vecna age segundo um plano calculado, não por impulso.
Karen revela pistas e o mistério do Sr. Whatsit
Enquanto aguardam novidades no hospital, Mike encontra Uma Dobra no Tempo, livro citado por Holly quando falava no misterioso “Sr. Whatsit”. A lembrança leva Nancy e Mike a tentar acessar o quarto de Karen. A dupla se infiltra disfarçada e encontra a mãe consciente, ainda incapaz de falar por causa do ferimento no pescoço.
Karen se comunica por escrito e confirma que Holly mencionava o “Sr. Whatsit” há algum tempo. Mas ela também revela algo que altera completamente a investigação: Holly chamava essa figura por outro nome — Henry.
A revelação sugere que o “amigo imaginário” da menina é, na verdade, Henry Creel, forma humana de Vecna. O episódio constrói a ideia de que Vecna se aproximou de Holly através de uma figura protetora para manipular sua mente antes do sequestro.

Eleven e Hopper seguem o rastro no Mundo Invertido
No Mundo Invertido, Eleven encontra Hopper e relata a situação. O reencontro é marcado por tensão, já que Hopper teme que a ida de Eleven ao portal exposto revele sua posição aos militares. A discussão perde relevância diante da urgência da missão: rastrear o Demogorgon e localizar Holly.
Durante a caminhada, Eleven percebe que Hopper está ferido, mas o corte é superficial. O momento cria uma pausa emocional antes de eles seguirem adiante e encontram uma enorme estrutura: uma parede que parece sem início, sem fim e sem altura visível. O local funciona como barreira e, ao lado dela, Eleven encontra o sapato de Holly, confirmando que o monstro passou por ali com a criança.
A presença da parede reforça a hipótese de que Holly não está apenas perdida no Mundo Invertido, mas pode ter sido levada para um espaço ainda mais profundo — algo ligado à mente de Henry Creel.
Joyce, Robin e o papel de Will como ligação com Vecna
Na estação de rádio WSQK, Joyce e Robin tentam restaurar o Squawk, sistema usado para se comunicar com Hopper. Durante esse processo, Joyce conversa com Will sobre a visão que ele teve no momento do ataque. O episódio mostra que Will voltou a sentir emoções e percepções vindas de criaturas controladas por Vecna, como acontecia antes do exorcismo na 2ª temporada.
Robin percebe o peso desse retorno da conexão e leva Will para a floresta, longe de Joyce, para entender o alcance desse vínculo. Ali, Will percebe que suas visões não se limitam mais a Demogorgons: ele acessa também mentes possuídas por Vecna. Isso explica por que ele sentiu a tontura no exato momento em que Holly estava no carrossel com Derek — ele estava na mente dela porque Vecna estava.

A partir disso, surge uma nova função para Will na narrativa: sempre que Vecna invadir a mente de uma criança, Will poderá sentir e, em teoria, agir como alerta antecipado.
Holly está no espaço das memórias de Henry?
Ao cruzar todas as informações, um ponto se destaca: a casa dos Creel vista por Holly não é o Mundo Invertido real. O ambiente é claro, limpo e diferente da versão deteriorada conhecida na série. Isso indica que Holly pode estar presa em uma terceira camada: o reino das memórias de Henry Creel, um espaço mental criado e acessado através do Mundo Invertido.
Assim, seu corpo está no Mundo Invertido, mas sua consciência está em uma projeção construída por Vecna para manipular crianças. O episódio prepara terreno para que Eleven, Hopper e Will busquem caminhos distintos para alcançar essa zona mental onde Holly pode estar escondida.