A série Robin Hood (2025), nova produção do MGM+, revisita a clássica lenda medieval sob uma ótica mais política e sombria. Criada por John Glenn e Jonathan English, a adaptação apresenta Jack Patten como Robert de Locksley e Sean Bean como o poderoso Xerife de Nottingham. O episódio de estreia, intitulado “Eu o vejo”, apresenta o início da trajetória do jovem Robert e o contexto histórico que o levará a se tornar o lendário fora da lei. Confira o resumo do que rolou na estreia da série:
Recapitulação do episódio 1 [ESTREIA] da série Robin Hood
O domínio normando e a origem do conflito
O episódio começa com uma narração que explica como os normandos conquistaram a Inglaterra durante o reinado de Henrique II, impondo tributos aos saxões e proibindo-os de caçar nas florestas reais. Expulsos de suas terras, muitos saxões passam a resistir ao domínio, refugiando-se entre as árvores de Sherwood.
Nesse cenário, Hugh Locksley, um ex-senhor saxão, conta ao filho Robert a lenda de Aedric — um guerreiro que teria sido transformado em cervo pela deusa Godda e se tornado o espírito protetor da floresta. O mito introduz o tema espiritual que permeia o episódio, ligando o destino de Robert ao passado lendário de seu povo.
A nomeação de Hugh e as tensões com o poder
Logo depois, Hugh viaja até Nottingham para se reunir com o Xerife (Sean Bean), buscando recuperar as terras de sua família. No entanto, em vez de restituí-las, o Xerife o nomeia guarda florestal real. A decisão revolta Hugh, que se vê obrigado a servir o regime que oprime os saxões. Sua esposa, Joan, tenta convencê-lo a aceitar a nova vida, mas ele promete jamais abandonar suas tradições.
Enquanto isso, o conde de Huntingdon (Steven Waddington) tenta ampliar suas propriedades e apresenta à filha, Marian (Lauren McQueen), as obrigações políticas da nobreza. É nesse contraste entre lealdade e privilégio que a série estabelece o conflito central entre os Locksley e a elite normanda.
Robert e Marian: um encontro proibido
Durante uma visita às ruínas de sua antiga casa, o jovem Robert encontra Marian, filha de Huntingdon. O breve encontro entre os dois marca o início de uma relação que mistura curiosidade e proibição. Quando o conde descobre a aproximação, reage com violência, expondo a distância social entre as famílias.
Em uma sequência simbólica, Hugh leva o filho à floresta e lhe ensina arco e flecha, dizendo que, um dia, os espíritos o conduzirão ao local sagrado de Godda. A cena antecipa o destino de Robert e reforça a ideia de que o herói nasce da resistência.
A caçada e o início da tragédia de Robin Hood
Algum tempo depois, Robert se torna um arqueiro habilidoso. O episódio avança alguns anos, mostrando a crescente tensão entre saxões e normandos. Durante uma caçada organizada pelo Xerife, Hugh e Robert são forçados a servir os nobres. Entre os convidados estão Huntingdon, Marian e Priscilla (Lydia Peckham), filha do Xerife.
Quando Robert acidentalmente fere um caçador furtivo, a situação sai do controle. Huntingdon tenta executar os prisioneiros, mas Hugh intervém, pedindo clemência. O Xerife decide poupá-los, porém a humilhação pública de Robert marca um ponto de virada para o personagem. Marian, ao participar da cerimônia de premiação, protesta contra a injustiça sofrida pelos saxões, mostrando empatia pelo jovem arqueiro.

Conspiração e tragédia familiar
A tensão política se intensifica quando Huntingdon acusa Hugh de traição. Ele convence o Xerife de que o guarda florestal estaria colaborando com caçadores ilegais. O aliado de Hugh, Alwin, é subornado para testemunhar contra ele.
Enquanto isso, Robert reencontra Marian durante um casamento saxão. Os dois se aproximam novamente e compartilham um beijo sob o luar, mas a alegria é passageira. Marian retorna para casa e é violentamente punida pelo pai ao descobrir que esteve com o filho de um saxão.
Na mesma noite, o Xerife ordena a prisão de Hugh. Em sua cela, ele é colocado ao lado dos caçadores furtivos que havia salvado. Um deles, Lerch, é instigado a matá-lo em troca de liberdade. Durante a luta, um guarda é esfaqueado, e Hugh acaba sendo acusado injustamente de assassinato.
A execução de Hugh Locksley
Levantado como traidor, Hugh é levado a julgamento e condenado à forca. Mesmo implorando por um processo justo, ele é considerado culpado de conspiração contra a coroa. Na manhã seguinte, Robert chega a Nottingham e testemunha o pai ser arrastado até o cadafalso. O bispo prega a submissão dos saxões, chamando-os de pagãos, enquanto o povo observa impotente.
Hugh se despede do filho, pedindo que siga em frente e mantenha a fé. Antes de morrer, ele invoca o espírito de Aedric, rogando que Robert se torne o instrumento de libertação de seu povo. O episódio termina com a execução, selando o trauma que transformará o jovem em Robin Hood.

Crítica do episódio 1, a estreia de Robin Hood no MGM+
O capítulo de estreia de Robin Hood estabelece com clareza o pano de fundo histórico e o conflito central entre opressores e oprimidos. A série combina elementos de drama político com toques de misticismo, sugerindo que o destino do herói é guiado tanto pela herança familiar quanto pelas forças da natureza.
Embora a narrativa tenha um ritmo mais contemplativo, o episódio apresenta uma boa construção de mundo e contextualiza o início da lenda sob um viés social e religioso. A química entre Robert e Marian ainda é discreta, mas o roteiro sugere que a relação evoluirá nos próximos episódios.
O maior destaque é a presença de Sean Bean, cuja atuação confere peso ao papel do Xerife, um homem dividido entre autoridade e sentimento paternal. A fotografia e o design de produção também reforçam o realismo medieval da série.
Com um desfecho trágico e um protagonista prestes a se tornar fora da lei, o episódio 1 de Robin Hood cumpre seu papel introdutório e prepara o terreno para a ascensão do herói de Sherwood.