O quarto episódio de Pluribus, do AppleTV+, aprofunda questões éticas, emocionais e científicas relacionadas ao fenômeno que transformou quase toda a população em uma mente coletiva. O capítulo, intitulado “Por Favor, Carol”, usa a investigação pessoal da protagonista para discutir autonomia, confiança em especialistas e os riscos de experimentos fora de ambientes controlados. A narrativa leva o espectador a examinar não apenas o comportamento da colmeia, mas também os limites de Carol diante de sua resistência em se render à felicidade forçada. Confira a explicação e o resumo do que rolou no episódio 4.
Recapitulação do episódio 4 de Pluribus
Manousos Oviedo antes da transformação
Logo no início, o episódio revela que a sequência envolvendo Manousos Oviedo se passa antes dos eventos do capítulo anterior. Ele vive isolado, desconfiado e determinado a não aceitar nada que venha da mente coletiva. Sua recusa extrema chega ao ponto de ele preferir lamber o fundo de uma lata vazia a aceitar comida distribuída pelos infectados. Ainda assim, a fome o empurra a invadir depósitos atrás de mantimentos — mas não sem deixar um bilhete se desculpando, gesto que mostra sua crença de que o mundo ainda pode voltar ao normal.
Quando Carol liga para ele pela primeira vez, ele interpreta seu tom gentil como parte do comportamento da colmeia. Somente após uma segunda ligação, repleta de irritação, ele percebe que ela é como ele: alguém que resistiu à infecção. Esse momento desperta em Manousos uma esperança inédita.
A dúvida de Carol: a mente coletiva mente?
A principal investigação de Carol no episódio gira em torno da veracidade das falas da colmeia. Para isso, ela transforma Larry em seu objeto de estudo. A conversa entre eles mistura humor e profundidade, sobretudo quando Larry elogia os livros de Carol ao extremo, comparando-os a Shakespeare. A reação da escritora revela sua insegurança e sua dificuldade de aceitar que a mente coletiva possa realmente acreditar nisso.

A validação aparece quando Larry explica que as obras de Carol ajudaram pessoas desesperadas antes da infecção. Esse impacto emocional seria o motivo para a colmeia considerá-las tão valiosas. Porém, o teste definitivo acontece quando Carol pergunta o que sua falecida esposa, Helen, realmente achava de seus livros. A resposta — “inofensivos” — é dura, mas confirma algo essencial: a mente coletiva não é capaz de mentir.
A visita a Zosia e o risco de uma verdade proibida em Pluribus
Determinada a descobrir se existe um antídoto ou forma de reverter a infecção, Carol visita Zosia, que ainda se recupera dos ferimentos causados pela explosão acidental do episódio anterior. A enfermeira confirma que a colmeia avançou em sua compreensão do fenômeno, mas se cala diante das perguntas sobre a reversão — silêncio que, para Carol, prova que a resposta é “sim”.
Essa possibilidade coloca fim às dúvidas da protagonista: ela fará o necessário para proteger sua autonomia.

A decisão extrema de Carol: usar o soro da verdade
Carol então rouba tiopental sódico — conhecido como soro da verdade — para testar seus próprios limites. Sob efeito da droga, ela revela sentimentos reprimidos, como a raiva da euforia constante da colmeia, a saudade de Helen e sua incapacidade de aceitar a felicidade coletiva. A gravação reforça que Carol vê na humanidade imperfeita seu último vínculo com quem ela foi.
Mas sua decisão de usar a mesma substância em Zosia marca a virada moral do episódio 4.
A tentativa desesperada de arrancar respostas
Carol leva Zosia para fora do hospital e aplica o medicamento na esperança de obrigá-la a revelar o método de reversão. Contudo, ela ignora os riscos da mistura entre sedativos e os remédios que Zosia já usa. O que Carol chama de “investigação” rapidamente se torna uma agressão, levando Zosia a um ataque cardíaco.
A colmeia, sentindo a dor de uma de suas integrantes, se mobiliza para ajudá-la. Carol, com medo de que levem Zosia embora antes de falar a verdade, se algema à mulher — gesto que distorce completamente sua busca por autonomia.
Ao perceber que, se ela resistir, a colmeia permitirá que Zosia morra, Carol finalmente cede. Mas pode ser tarde demais.

O final explicado do episódio 4 de Pluribus
O capítulo termina de forma trágica: Zosia está entre a vida e a morte, consequência direta das ações de Carol. A protagonista ultrapassa limites éticos e pessoais ao transformar alguém que confia nela em instrumento de investigação.
O episódio questiona a verdadeira natureza da autonomia quando ela se torna sinônimo de sobrevivência a qualquer custo. Carol acredita lutar pela própria identidade, mas sua obsessão começa a reproduzir exatamente aquilo que ela mais teme: a perda de humanidade.
O desfecho deixa uma pergunta central para os próximos capítulos: até onde Carol está disposta a ir para não ser absorvida pela mente coletiva — e quem mais ela está disposta a sacrificar nesse processo?