A Netflix também tem seu (ou sua) Van Helsing

Encomendado pelo SyFy, Van Helsing é uma opção modesta e divertida no catálogo Netflix

“O importante é a tentativa”, diria nossos pais ou avós depois de mais um fracasso. Com o advento da internet, essa frase foi tomando proporções mais cruéis até se tornar algo como “seria melhor nem ter feito”. Van Helsing, série de 2016 que acaba de chegar no catálogo Netflix, aparenta vir dessa época onde a vida parecia mais aberta aos erros.

A trama gira em torno de Vanessa Helsing (Kelly Overton), parente distante do famoso caçador de vampiros Abraham Van Helsing, que é ressuscitada apenas para descobrir que os vampiros tomaram conta do mundo. Ela é a última esperança da humanidade para liderar uma ofensiva para tomar de volta o que foi perdido.

Van Helsing oferece tudo que podemos esperar de uma produção de ficção barata barata: sangue digital, dramas mundanos num ambiente hostil e personagens caricatos – incluindo nesse balaio um ou outro badass capaz de surpreender na pancadaria. Não é o caso, entretanto, de uma galhofa tão grande que torna as coisas interessantes. A produção encomendada pelo SyFy possui certo dinamismo no roteiro, incluindo elementos interessantes a serem trabalhados ao decorrer dos 13 curtos episódios (cerca de 45 minutos cada) de Van Helsing.

Infelizmente, não há nenhum ator nesse elenco que se sobressaia aos diálogos simples e funcionais. A própria protagonista não é muito conhecida e tampouco faz aqui um papel memorável, por mais que não fique devendo em nada para qualquer outro ator no projeto. É como se esse Van Helsing já entendesse o peso e expectativas que seu título traria, contentando-se dessa forma em trazer uma nova perspectiva ao personagem com ambientação contemporânea, centrado não apenas na ação costumeira mas também na sobrevivência de um grupo (dando boa enxugada no orçamento pelos cenários fechados).

Sendo assim, Van Helsing vale a pena no caso de não ter muitas opções (algo raro hoje em dia) para assistir, ou então para comprovar que não precisa de muito dinheiro gasto para fazer algo melhor do que a versão com Hugh Jackman para o personagem.