É um prazer conhecê-la, Jessica Jones!

O texto a seguir contém as primeiras impressões de Jessica Jones. Mas não se preocupe, não contém spoilers. Quer dizer, depende do que Kilgrave me mandar fazer…

Quem é Jessica Jones? Essa era a pergunta feita por muitos fãs da cultura pop desde que a Netflix anunciou a série sobre a personagem da Marvel. E pelo o que vi nos 2 primeiros episódios, posso dizer que Jessica é como você, eu e maioria da população. Ela é imperfeita, faz cagada, tem pavil curto e precisa de algumas saídas para fugir dessa realidade tão cruel. Ao mesmo tempo, não recua quando precisa ajudar o próximo. Mesmo que a situação envolva seu maior pesadelo, ela não vira as costas. Jessica Jones está longe de ser uma heroína, no sentido mais conhecido da palavra. Mas é o melhor exemplo que temos nesse Universo do Cinema e TV da Marvel.

Krysten Ritter sabe entregar uma mulher atormentada pelos fantasmas do passado, mas que não se entrega sem antes ter uma boa luta. Lutadora é outro grande adjetivo para Jessica Jones. Luta para tocar a vida numa cidade de merda (palavras dela), luta para conseguir dormir sem que os demônios a acordem de forma bruta e principalmente luta para proteger as poucas pessoas com quem se importa nessa vida. Além de seus poderes, ainda pouco explorados, Jessica carrega sempre seu sarcasmo por onde anda. O que acaba dando um toque de humor negro e diferencia a série de sua antecessora.

O tom mais sombrio é uma das principais diferenças entre Jessica Jones e Demolidor. A primeira cena da série do Homem sem Medo nos mostra Matt quebrando umas bandidos nas docas. Tem fratura exposta e sangue pra todo o lado. Serve para mostrar em que tipo de mundo ele vive. A primeira cena de Jessica Jones também serve para isso. Só que é logo uma cena de sexo. Uma investigadora particular em Hell’s Kitchen deve se preparar para situações ainda mais, digamos, inconvenientes.

O sexo está presente nos primeiros episódios, assim como o excesso de álcool. Mas ganham uma função que vai além de chocar ou deixar algumas pessoas mais animadinhas. Faz parte da fuga de realidade que citei no começo do texto. Tudo em tela tem um propósito muito maior do que os olhos nos mostram de início.

Luke Cage (Mike Colter) também é uma grata surpresa. Sua introdução é muito bem feita, sem forçar a barra. Ele é o personagem que conhecemos de várias aventuras das HQ’s. E sim, ele já tem seus poderes (muito bem demonstrados por sinal). Seu envolvimento com Jessica é conturbado, mas é natural que duas pessoas “inquebráveis” acabem criando um laço poderoso.

E acima de tudo isso está Kilgrave. Sua presença é sentida em cada centímetro da série. Com uma introdução muito similar a do Rei do Crime, não vemos seu rosto no início. Mas vamos descobrindo do que ele é capaz. Além disso existe uma diferença gritante entre os dois. É possível sentir empatia por Wilson Fisk com toda aquela história de garoto sofredor. Com o Homem Púrpura é diferente. O ódio vai se enraizando e quando menos se espera, já queremos ver esse homem sem rosto apodrecer no inferno. Palmas para David Tennant.

Queria poder falar mais, infelizmente esse é um texto para atiçar sua vontade de assistir a série. E fique ligado aqui no CosmoNerd, pois as análises de episódio por episódio (lembra do que fizemos com Demolidor?) serão postadas logo em breve, junto com a crítica da primeira temporada.

Os 13 episódios de Jessica Jones já estão disponíveis na Netflix.