A minissérie Desobedientes (Wayward), criada e estrelada por Mae Martin, termina de forma tensa e reflexiva, deixando o público dividido sobre o destino dos personagens e o significado de suas escolhas. Ambientada na enigmática Academia Tall Pines, a trama acompanha adolescentes enviados para o local sob a promessa de reabilitação e disciplina, enquanto um casal recém-chegado à cidade acaba envolvido nos segredos sombrios que cercam a instituição.
O confronto em Tall Pines
Nos episódios finais, Leila (Alvia Alyn Lind) e Abbie (Sydney Topliffe) tentam escapar da Academia após descobrirem os abusos e métodos de lavagem cerebral aplicados pela diretora Evelyn Wad. Durante a rebelião, o caos se instala e várias mortes ocorrem — incluindo a própria Evelyn, vítima de suas próprias manipulações. O desfecho do confronto marca o colapso simbólico da instituição, mas também o início de novas incertezas.
Enquanto isso, Alex Dempsey (Mae Martin), o policial que vinha investigando os acontecimentos em Tall Pines, precisa decidir entre denunciar tudo ou proteger a nova vida que construiu com Laura (Sarah Gadon) e o bebê recém-nascido. Sua escolha define o tom ambíguo e moralmente complexo do final.
As escolhas dos personagens
Leila, abalada por tudo o que viveu, decide permanecer em Tall Pines, aparentemente sucumbindo ao mesmo sistema que tentou destruir. Já Abbie consegue fugir, carregando o trauma e a responsabilidade de recomeçar sozinha. Alex, por sua vez, opta por não agir contra os crimes que testemunhou, preferindo o conforto e a segurança familiar.
Essa decisão é central para o encerramento da história: Alex representa o dilema entre fazer o que é certo e preservar o que resta de estabilidade após o caos. É uma escolha humana, mas frustrante, que resume a mensagem da série sobre conformismo e moralidade.
O significado do final de Desobedientes
O último episódio de Desobedientes encerra a trama sem oferecer um fechamento tradicional. A destruição da Academia Tall Pines simboliza o fim de um ciclo de controle e violência, mas a permanência de certos personagens no local sugere que o sistema pode se reconstruir de outras formas.
Mae Martin explicou que o final foi pensado para provocar reflexão, não para resolver tudo. Assim, a série termina com a sensação de que a liberdade é relativa e que escapar de estruturas abusivas pode ser mais difícil do que parece — mesmo quando os muros finalmente caem.