A série espanhola Animal (Old Dogs, New Tricks), lançada pela Netflix, encerra sua primeira temporada com um desfecho simbólico e aberto, centrado na jornada de Antón (Luis Zahera), um veterinário rural que tenta se adaptar à vida urbana. A produção mistura humor e crítica social ao retratar o choque entre valores tradicionais e o pragmatismo da modernidade, explorando o colapso da vida no campo e a pressão da sobrevivência nas cidades.
O destino de Antón: o que acontece no final de Animal?
No início da história, Antón enfrenta dificuldades financeiras após perder a clientela no interior e é forçado a aceitar um emprego na moderna clínica Kawanda, gerenciada por sua sobrinha Uxía (Lucía Caraballo). Acostumado ao trato direto com os animais e à honestidade de sua comunidade, ele precisa lidar com o ambiente corporativo e com clientes que tratam os pets como símbolos de status. O contraste entre sua ética e as exigências da cidade impulsiona os principais conflitos da trama.
Nos episódios finais, Antón se envolve novamente com seu amigo Vicente, que o convence a assinar um documento suspeito relacionado à compra de terras. Cansado e desiludido, ele cede — e o gesto desencadeia uma investigação que ameaça sua liberdade. O caso culmina na prisão de Vicente, que assume toda a culpa e afirma ao juiz ter falsificado a assinatura do veterinário. Com isso, Antón é inocentado, mas o episódio marca um ponto de virada emocional para o personagem.
Paralelamente, Uxía perde o emprego na Kawanda após uma auditoria negativa. Ao deixar a clínica, ela recebe do tio uma caneca com a frase “Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida”, um gesto simbólico que encerra o arco dos dois e reforça a ideia de recomeço e esperança.
O episódio final mostra Antón ainda trabalhando na clínica, agora sob uma nova gerente que prioriza o lucro acima do bem-estar dos animais. Quando ela afirma que “um animal doente é um cliente que volta”, o veterinário reage com silêncio e, em seguida, libera seu grito característico em uma ponte — uma expressão de frustração e resistência.
O final de Animal não oferece respostas definitivas, mas reforça seu tom social e humano. Antón continua preso entre dois mundos — o campo e a cidade, a ética e o lucro —, representando um homem em busca de propósito em meio a um sistema que insiste em transformá-lo.