Os Bridgertons é uma série de livros escrita pela autora Julia Quinn, muito popular entre as/os fãs de literatura de romance de época. A coleção possui 8 livros, cada um contando a história de um dos membros da influente família Bridgerton. Violet é a mãe, e seus filhos, curiosamente de maneira proposital, possuem nomes em ordem alfabética: Anthony. Benedict, Collin, Daphne, Eloise, Francesca, Gregory e Hyacinth. Cada história fala sobre a descoberta do amor, do crescimento como pessoa, da descoberta da felicidade de ser amado(a), de preconceitos sociais, e tudo isso é feito com muito humor e leveza, com pitadas de cenas eróticas nada explícitas, que são muito bem escritas. Os livros possuem alguns rolês errados, afinal, ninguém é perfeito, mas eu suponho que serão consertados na série.
O primeiro livro, O Duque e Eu, será o equivalente à primeira temporada da série, contando a história da filha mais velha, Daphne, que, apesar de ser bonita e inteligente, é apenas vista como uma amiga pelos homens e não consegue atrair pretendentes. Seu desejo de vida é ter uma família grande como a sua, com vários filhos e filhas para criar e mimar. É quando, em um baile, esbarra no duque de Hastings, um homem fechado, que quer fugir do casamento a todo custo. Para ser deixado em paz, acaba propondo à Daphne que eles finjam estar noivos, pois ele, sendo de uma patente mais alta, faria com que os outros homens quisessem descobrir o que ela fez para capturar um pretendente tão bom. Por outro lado, ele pode passar um bom tempo evitando as mães casamenteiras, fugindo de toda as obrigações sociais de ter que aguentar jovenzinhas tímidas que tentam flertar com ele e são jovens demais pra ele. Firmado o plano, parecia que tudo ia bem, mas, é claro, quem pode controlar o curso da vida?
A história se passa na Inglaterra da época da Regência (no início do século XIX), e será contada, nesse primeiro momento, em oito episódios. O elenco conta com nomes interessantes, mas, o mais divertido é que Julie Andrews foi contratada para dar voz a uma personagem maravilhosa da série, a famora Lady Whistledown, e servirá como uma espécie de narradora. Nos livros, ela é famosa por escrever colunas de fofoca e sempre sabe tudo de todo mundo, porém, sua identidade é um mistério!
Sabe-se que a série não será 100% fiel, já sendo exibidas algumas modificações na internet, para deixar claro que vai ser diferente. E, uma das coisas que mais me deixou animada, é que a escalação dos personagens foi baseado na capacidade de cada um, no quanto refletiam o personagem, ao invés de certos diretores, cuja desculpa é que um personagem branco, loiro e do olho claro é que tem cara de gente bem sucedida. Racista, será?! Inclusive, em uma entrevista feita à Magazine Italiana, Jonathan Bailey, que irá interpretar o primogênito da família, respondeu uma pergunta muito capciosa de maneira ótima.
Bridgerton também tem a vantagem de cercar a rainha Charlotte com uma corte que não é exclusivamente branca: a incrível senhora Danbury é interpretada por Adjoa Andoh, Regé-Jean Page faz o papel do duque Simon Basset e Martins Imhangbé como seu melhor amigo. Vale a pena abrir mão da exatidão histórica para ser politicamente correto?
Decidimos fazer o oposto do White Washing pelo qual tantos momentos históricos passaram. Aqui, a questão é ser fiel aos acontecimentos contados nos livros de Julia Quinn dos quais a série é tirada, não ser historicamente preciso, de modo que também podemos imaginar que na época da Rainha Carlota poderia ter havido uma corte “inclusiva”. A beleza do filme de fantasia é a liberdade dada aos atores para modelar personagens, para torná-los atuais.
A série está sendo produzida pela conhecida, amada e odiada, Shona Rhimes, mãe de obras icônicas tais como Grey’s Anatomy e How to Get Away With a Murder. Chris Van Dusen (“Scandal”) é o diretor escalado. A primeira temporada está prevista para dia 25 de dezembro, ainda esse ano, como um belo presente de natal para nós, fãs.