O diretor britânico Joe Wright, do premiado “O Destino de Uma Nação”, está dirigindo “M. Son of the Century”, uma série sobre a ascensão de Benito Mussolini ao poder na Itália.
As filmagens estão acontecendo em Roma. Em conversa à Variety, Wright (que também dirigiu adaptações das obras de Jane Austin), disse que a série olha para as raízes do fascismo de forma crítica.
“Olhando para as raízes do fascismo moderno, espero que possamos realmente entender de onde vem e o que está, e o que não está, no centro”, comentou Wright.
O cineasta também fala sobre a influência estética que a série está tendo, com música eletrônica de fundo.
“Você pode brincar com a estética e a forma. Teremos um estilo techno na trilha sonora. E a estética é uma espécie de ‘mashup’ entre a cultura rave dos anos 90 e o documentário ‘Um Homem com uma Câmera’ [doc de Dziga Vertov de 1929], um grande filme ucraniano. É uma mistura de ‘Um Homem com uma Câmera’ com todos os filmes de máfia que você já viu”, completa Wright.
Luca Marinelli (“As Oito Montanhas”, “Martin Eden”) interpreta Mussolini durante o período entre 1919, quando fundou o partido fascista na Itália, e 1925 quando – tendo chegado ao poder com a Marcha sobre Roma de 1922 – Mussolini fez um discurso infame na Câmara dos Deputados da Itália declarando-se ditador. Confira a imagem de Marinelli como Mussolini acima.
A série é baseada no livro de Antonio Scurati, vencedor do Prêmio Strega e best-seller internacional, acompanhando o nascimento do fascismo na Itália e a ascensão de Mussolini no cenário político. O roteiro é de Stefano Bises (“Gomorra”, “The New Pope”) em colaboração com Davide Serino (“1992”).
O fascismo italiano foi um movimento (ou fenômeno) ultranacionalista criado na década de 1920 que, antes e durante a Segunda Guerra Mundial, se aliou ao nazismo de Hitler e dizimou milhares de pessoas na Europa, nascendo assim o “nazifacismo”. Os dois nascem como uma resposta ao movimento da classe trabalhadora que acontece com a revolução socialista na Rússia.
Para saber mais sobre o tema, fica-se a recomendação dos livros: “Guerra e Revolução” de Domenico Losurdo, “Fascismo e Ditadura” de Nicos Poulantzas, e “Discurso sobre o Colonialismo” de Aimé Cesárie.