O quarto episódio de It: Bem-Vindos a Derry, intitulado “O Grande Aparato Giratório do Funcionamento do Nosso Planeta”, marca o capítulo mais revelador da temporada até aqui na HBO Max. Depois de três semanas construindo a atmosfera de medo crescente em Derry e de aproximar o espectador do novo grupo de jovens protagonistas, a série finalmente começa a mergulhar nas origens do mal que se esconde na cidade. O resultado é uma hora intensa, com avanços importantes na mitologia de Pennywise, escalada do terror psicológico e consequências diretas para vários personagens centrais. Confira o resumo do episódio 4 da série:
Recapitulação do episódio 4 da série It: Bem-Vindos a Derry
As fotos do cemitério e a descrença da polícia
O episódio começa retomando a descoberta da semana anterior: as crianças finalmente capturaram a imagem de um palhaço em uma das fotos tiradas no cemitério. Convencidos de que têm uma prova concreta de que algo assombra Derry, eles levam o material para o Chefe Bowers. O policial examina as fotos, consulta outros oficiais, mas tudo o que as crianças veem simplesmente não aparece para os adultos. No papel, não há fantasmas, nem pistas, apenas um borrão facilmente descartado como uma estátua.
Essa recusa reforça um dos temas centrais da série — a ideia de que os adultos de Derry não conseguem perceber, ou preferem não perceber, o horror crescente ao redor.
Lilly busca respostas em quem acredita nela
Sem apoio da polícia, Lilly recorre a Ingrid, a enfermeira de Juniper Hill. A profissional lembra de casos antigos de crianças desaparecidas, mas não associa os eventos ao que Lilly descreve. Mesmo assim, ela a incentiva a continuar investigando com a ajuda dos amigos, reforçando a sensação de que a jovem se tornou a liderança emocional do grupo.
Tensão na família Hanlon e a ameaça no rio
Enquanto isso, o roteiro dedica um tempo importante à família Hanlon. Uma visita de Rose e Taniel à casa dos Hanlon coloca Charlotte diante de informações que não batem com o trabalho secreto do marido. Ao mesmo tempo, Will retorna da escola visivelmente abalado e confidencia à mãe que sente estar sendo perseguido.
Para tentar reaproximar pai e filho, Charlotte convence Leroy a levar Will para pescar. A sequência que se segue é um dos momentos mais tensos do episódio: sozinho na água, o garoto é atacado pela entidade, que assume a forma de um Leroy queimado. A cena alia terror físico e psicológico, e só termina quando Leroy corre para resgatá-lo. Sem entender o que viu, o pai nota os arranhões no braço do filho e, logo depois, um balão vermelho flutua no rio — confirmação de que a ameaça está cada vez mais próxima.
Charlotte decide agir e pressiona o Chefe Bowers
Convencida de que algo grave está acontecendo, Charlotte volta à delegacia e tenta conversar com Hank Grogan, preso após os eventos do cemitério. A polícia insiste em dificultar o acesso, mas Charlotte pressiona até conseguir o direito de visitá-lo. O encontro revela que Hank escondia sua localização na noite do ataque para proteger uma mulher branca casada com quem se relacionava — informação que ajuda Charlotte a compreender que Derry está criando culpados convenientes para problemas maiores.
O terror atinge a escola e muda o rumo da temporada
De todas as cenas do episódio, a que envolve Marge é a mais impactante. A jovem, que antes antagonizava Lilly, tenta se reconciliar com ela. Mas quando as colegas revelam um plano cruel para humilhá-la, Marge decide desabafar com Lilly. A aproximação entre as duas dura pouco: Marge começa a gritar quando seus olhos parecem saltar das órbitas, como se algo invisível a estivesse manipulando.
O que se segue é uma das sequências mais perturbadoras da série até agora. Em desespero, Marge se fere violentamente em uma oficina escolar, enquanto Lilly tenta ajudá-la — mas aos olhos dos adultos, a situação se inverte, e Lilly se torna a responsável pelo ataque. A cena reforça a habilidade da entidade de criar caos e colocar crianças umas contra as outras, assim como visto nos filmes.
Hallorann avança na investigação e encontra o caminho para a Casa Neibolt
Paralelamente, Hallorann continua sendo atormentado por visões. Ao lado de Taniel, ele tenta compreender o que realmente está acontecendo em Derry. É nesse ponto que o General Shaw reaparece, revelando interesse direto na investigação e permitindo que Hallorann acesse as memórias de Taniel. A sequência funciona como o primeiro grande mergulho da série em sua mitologia.
Através do relato ancestral de Taniel, o episódio estabelece que a entidade chegou à Terra há eras, caída como uma estrela. Um espírito maligno que, ao se libertar, encontrou terreno fértil na região onde mais tarde surgiria Derry. A lenda também revela a existência de uma arma forjada a partir da própria estrela que trouxe a criatura ao planeta — uma adaga sagrada usada para combatê-la.
Quando os colonizadores ignoraram os avisos dos moradores locais, a entidade se tornou cada vez mais forte. Fragmentos adicionais da “estrela” foram enterrados em círculo para aprisionar o monstro, criando um sistema de contenção ancestral que ecoa a própria formação de Derry.
O ponto alto da visão é a revelação da localização desses fragmentos: túneis sob o antigo poço, que levam diretamente ao ícone máximo do universo It: a Casa Neibolt.
A aparição da casa no último plano do episódio funciona como um aceno direto aos fãs e estabelece com clareza que a série está entrando em sua fase mais sombria.
Crítica de It: Bem-Vindos a Derry
Um episódio de virada para a temporada
Com revelações importantes sobre a origem de Pennywise, o crescente terror psicológico envolvendo as crianças e os primeiros passos concretos rumo à Casa Neibolt, o episódio 4 se posiciona como um ponto de virada para It: Bem-Vindos a Derry. A série começa, enfim, a conectar sua narrativa própria com a mitologia clássica do universo de Stephen King, preparando terreno para conflitos maiores e uma escalada ainda mais intensa de horror nos próximos capítulos.