O terceiro episódio de It: Bem-Vindos a Derry aprofunda o passado sombrio da cidade e consolida os novos protagonistas na luta contra o mal que habita o esgoto. A produção da HBO Max, ambientada no universo de Stephen King e anterior aos eventos dos filmes de Andy Muschietti, entrega seu capítulo mais intenso até aqui, equilibrando drama e terror psicológico. Confira o resumo do que rolou no episódio 3, intitulado “Agora Você o Vê”
Recapitulação do episódio 3 de It: Bem-Vindos a Derry
O retorno ao passado e o ciclo de Pennywise
O episódio abre com uma sequência ambientada em 1908, dois ciclos antes dos acontecimentos principais da série. A cena mostra um garoto aterrorizado em meio a um circo de horrores, fugindo de uma figura magra e deformada pela floresta. A cena, curta e direta, funciona como um prólogo independente e também como elo com os eventos de 1962, quando a história principal se desenrola.
Ao revisitar um massacre do passado, o episódio amplia a mitologia de Derry e sugere que o ciclo de destruição de Pennywise é mais antigo do que se imaginava. Essa introdução também lança novas camadas sobre o personagem do general Shaw (James Remar), que demonstra ter uma conexão pessoal com os horrores da cidade. Flashbacks revelam que ele testemunhou de perto os ataques anteriores e agora tenta capturar ou compreender a criatura — não apenas por dever militar, mas por trauma e culpa.
Lilly e sua investigação continuam
O fim do episódio anterior indicava uma reviravolta: após sua visão perturbadora no supermercado, Lilly foi levada novamente para o hospital psiquiátrico Juniper Hill. A expectativa era de que isso alterasse sua trajetória, mas o roteiro opta por manter o foco em sua rotina escolar e nas investigações noturnas com os amigos. A personagem continua em busca de respostas sobre os desaparecimentos e as manifestações sobrenaturais de Derry, o que reforça sua posição como núcleo central da série.
Essa decisão narrativa evita que a trama se desvie em subtramas psiquiátricas e mantém o grupo de jovens como força motriz da história. A volta de Lilly à ação também reforça o paralelo com o Clube dos Perdedores original — adolescentes enfrentando forças que os adultos insistem em ignorar.

Um novo Clube dos Perdedores
Desde o início, Bem-Vindos a Derry tem explorado a ideia de repetição cíclica, tanto no terror quanto na amizade. O primeiro episódio apresentou um grupo de jovens que enfrentou Pennywise, mas foi dizimado em uma virada inesperada. Agora, Lilly e Ronnie formam um novo grupo, juntando-se a outros dois adolescentes dispostos a investigar o submundo da cidade.
Essa substituição direta dos protagonistas anteriores reforça a sensação de que Derry é uma armadilha que sempre recria o mesmo padrão: crianças curiosas, adultos omissos e um mal ancestral à espreita. O novo grupo, porém, demonstra maior preparo e determinação em confrontar o inimigo invisível, mesmo sem compreender totalmente sua origem.
Dick Hallorann ganha destaque em It: Bem-Vindos a Derry
Outro ponto importante do episódio é a consolidação de Dick Hallorann, vivido por Chris Chalk. Conhecido por sua ligação com O Iluminado, o personagem surge aqui em papel central. Hallorann possui a habilidade de “brilhar” — uma forma de percepção psíquica que lhe permite ver as forças que operam em Derry.
O jantar entre Hallorann e a família Hanlon é um dos momentos mais significativos do episódio. A cena permite uma pausa na tensão para explorar as conexões entre os personagens e apresentar a cidade como um organismo vivo, movido por lembranças, medos e segredos compartilhados. É também um aceno direto à tradição das obras de Stephen King, que frequentemente entrelaçam diferentes histórias dentro de um mesmo universo.

O clímax no cemitério
O terceiro ato leva o grupo de jovens até um cemitério, onde eles tentam capturar evidências fotográficas de atividade paranormal. A sequência é construída em ritmo crescente, misturando sustos e descobertas. Enquanto exploram o local, os personagens percebem que algo os observa entre as lápides.
O episódio termina com o grupo revelando as fotos no laboratório da escola. Entre as imagens, uma delas mostra a figura borrada de um palhaço ao fundo, com olhos brilhantes. É o retorno simbólico de Pennywise, visível apenas o suficiente para reforçar o medo constante de que ele está prestes a despertar novamente.
It: Bem-Vindos a Derry começa a ganhar forma | Crítica do episódio 3
O episódio 3, Agora Você o Vê, marca um ponto de virada para It: Bem-Vindos a Derry. A série passa a conectar suas linhas temporais e apresenta um novo grupo de protagonistas que assumem o papel de investigadores diante de uma ameaça invisível. As referências a eventos passados e o aprofundamento de personagens como Shaw e Hallorann demonstram que a narrativa começa a expandir o universo de Stephen King de maneira consistente.
Ao unir elementos clássicos — como o ciclo do medo e a amizade entre jovens — a uma nova abordagem temporal, Bem-Vindos a Derry constrói seu próprio espaço dentro da mitologia de It. O palhaço ainda não se mostra por completo, mas sua presença é sentida em cada sombra. E, com a tensão crescente, o episódio 3 confirma que Derry continua sendo um lugar onde o passado nunca morre — apenas se repete.