Final de It: Bem-Vindos a Derry, viagem no tempo explicada; os eventos dos filmes serão alterados?

O final de It: Bem-Vindos a Derry, série da HBO Max ambientada no universo criado por Stephen King, introduziu um dos conceitos mais complexos já associados à mitologia de Pennywise: a possibilidade de a criatura perceber — e talvez atravessar — o tempo de forma não linear. A revelação levanta uma questão central para os fãs: os eventos dos filmes It – A Coisa e It: Capítulo Dois podem ser alterados?

A resposta ainda não é definitiva, mas a própria série oferece pistas importantes sobre como funciona o chamado “loop temporal de Derry”.

O que o final de It: Bem-Vindos a Derry revela sobre Pennywise e o tempo

No episódio final, Pennywise passa a atuar para além dos limites geográficos de Derry após a destruição de um dos pilares que restringiam seu alcance. Ao conduzir crianças em uma espécie de procissão hipnótica, a criatura demonstra estar operando em um nível diferente daquele visto nos filmes.

O ponto decisivo ocorre quando Pennywise revela a Marge que conhece seu futuro — incluindo o fato de que seu filho será Richie Tozier, integrante do Clube dos Perdedores. Essa informação indica que a entidade não vivencia o tempo de forma linear, como os humanos, mas como um ciclo contínuo no qual passado, presente e futuro coexistem.

Como funciona o loop temporal de It: Bem-Vindos a Derry

Bem-Vindos a Derry não explica de forma didática o mecanismo da viagem no tempo, mas sugere que tanto Pennywise quanto a própria cidade estão presos a um ciclo que começa com a chegada da criatura à Terra e termina com sua derrota — apenas para recomeçar.

Nesse modelo, a “morte” de Pennywise não representa o fim absoluto da entidade, mas o encerramento de um capítulo dentro de um ciclo maior. A consciência da criatura parece retornar a pontos anteriores desse loop, carregando consigo informações adquiridas no futuro. Isso explicaria como Pennywise sabe que será derrotado pelo Clube dos Perdedores e reconhece figuras que ainda não nasceram na linha temporal da série.

A estrutura lembra narrativas de tempo cíclico, nas quais os eventos se repetem com variações, mas sem possibilidade de ruptura completa — ao menos inicialmente.

Pennywise está preso ao ciclo de Derry?

Uma das interpretações mais fortes sugeridas pela série é que Pennywise não consegue escapar do loop temporal, apenas experimentá-lo repetidamente. Cada iteração do ciclo pode gerar pequenas ramificações, mas o resultado final tende a se repetir: o confronto com o Clube dos Perdedores.

Nesse cenário, quando Pennywise afirma que já foi morto por esse grupo, ele pode estar se referindo não a uma única versão do Clube dos Perdedores, mas a múltiplas formações surgidas em diferentes iterações do ciclo temporal. A criatura seria o único elemento constante em todas essas ramificações.

Isso também explicaria por que, apesar de conhecer o futuro, Pennywise não consegue evitá-lo. O conhecimento não equivale ao poder de alterar os acontecimentos.

Pennywise pode mudar o passado?

A série trabalha com um limite importante: se Pennywise realmente pudesse alterar eventos passados de forma significativa, o futuro que ele conhece deixaria de existir. Esse é o chamado paradoxo temporal, frequentemente explorado na ficção científica.

Dentro dessa lógica, Pennywise não estaria viajando no tempo para mudá-lo, mas acessando informações de diferentes pontos do ciclo e usando esse conhecimento para reforçar comportamentos que já estão destinados a ocorrer. Ao revelar a Marge o nome de Richie, por exemplo, ele não estaria criando um novo evento, mas garantindo que algo que já faz parte do ciclo se cumpra.

Isso sugere que o loop de Derry é, até certo ponto, imutável.

Os eventos dos filmes podem ser alterados?

Se o loop temporal for rígido, o desfecho de It: Capítulo Dois permanece intacto. O Clube dos Perdedores derrota Pennywise, que então retorna ao ciclo em outro ponto da linha temporal.

No entanto, Bem-Vindos a Derry abre espaço para interpretações mais ousadas. Caso futuras temporadas revelem que Pennywise pode eliminar ancestrais dos Perdedores antes de seu nascimento, isso poderia alterar drasticamente a cronologia conhecida. Ainda assim, esse tipo de mudança exigiria uma ruptura radical com o romance de Stephen King e com os filmes dirigidos por Andy Muschietti.

Até o momento, a série parece mais interessada em expandir o mito do que em reescrevê-lo.

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Existe uma forma de quebrar o loop?

A própria série sugere que todo ciclo possui uma falha. Se Pennywise consegue enxergar o tempo como um todo, é plausível que existam regras ainda desconhecidas que permitam interferir nesse fluxo.

Elementos como o meteorito que trouxe a criatura à Terra e a raiz de Maturin, associada a um plano cósmico oposto ao de Pennywise, podem desempenhar um papel fundamental. A raiz, em especial, parece oferecer acesso a conhecimentos que transcendem o tempo humano, o que poderia permitir a troca de informações entre diferentes períodos.

Outra possibilidade levantada pela narrativa é que o loop só possa ser quebrado se Pennywise for derrotado em todas as suas manifestações ao longo do tempo — eliminando não apenas a criatura, mas também as “anomalias” que ela deixou em Derry.

Um conceito que deve crescer nas próximas temporadas

Tudo indica que a viagem no tempo e o loop de Derry serão explorados de forma gradual. A expectativa é que cada temporada avance ou retroceda 27 anos, aprofundando a compreensão de como Pennywise opera e como a cidade se tornou prisioneira desse ciclo.

Mais do que reescrever os filmes, It: Bem-Vindos a Derry parece interessada em mostrar que o verdadeiro horror não está apenas no palhaço, mas na repetição constante da violência, do medo e do silêncio coletivo — um ciclo que, assim como o tempo de Pennywise, insiste em se repetir.

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