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Titãs – 1ª Temporada (Netflix) | Crítica

Com clima sombrio e colorido, Titãs é um grande acerto da DC, e uma maratona certa de se fazer na Netflix

Titãs, primeira série original do serviço de Streaming da DC, chega nesta terça, 10 de janeiro, no Brasil pela Netflix, já se destacando por apresentar um conteúdo mais adulto e violento, se distanciando da vibe light que The Flash, Supergirl, Arrow e Legends of Tomorrow possuem, e apresentando personagens ainda não adaptados para a TV. Com uma boa qualidade narrativa e visual, Titãs é uma ótima aposta para esse início do DC Universe e com certeza uma maratona certa de se fazer.

Trazendo o colorido das HQs e o clima sombrio que ronda as produções cinematográficas da DC, Titãs nos apresenta a visão de um mundo violento, rebelde e sem muita esperança. Todos os personagens inseridos neste mundo estão sofrendo algum tipo de problema, correndo atrás de uma identidade, escondendo algum segredo. Esses elementos levam um tom mais sério, indo na contramão do que estávamos acostumados nas animações do grupo. Essa direção de tom não prejudica em nada esse universo, pelo contrário, ajuda a estabelecer o caminho pelo qual deve ser o futuro dos Titãs, justifica a violência excessiva ao longo dos episódios e a postura de alguns personagens como Dick/Robin, Kory/Estelar e Hank/Rapina.

 

A temporada, disponível na Netflix, consegue apresentar cada um dos membros do grupo, suas histórias passadas e motivações atuais, criando um laço que conecta um a um, para enfim juntar todos para um objetivo comum. A história de Rachel/Ravena é o ponto central da 1ª temporada, sendo trabalhada de forma bastante organizada e com um enorme potencial, já que o pai da Ravena, Trigon, é o vilão mais temido dos Titãs, e mesmo tendo apenas um gostinho desse personagem, já dá para ter uma ideia do tamanho do problema que ele irá criar na segunda temporada. Dick/Robin é quem rouba o protagonismo da série com seu relacionamento de mentor com Rachel, e sua história passada com Batman, fazendo um contraponto interessante entre os dois. Enquanto sua vida com Batman foi cercada de amargura e decepções, Dick tenta fazer o contrário com Rachel, sem muito sucesso na maior parte das vezes.

A relação Batman e Robin percorre toda a temporada também, referenciando Gotham e diversos vilões icônicos dos quadrinhos, mas sempre mantendo um ar de mistério. Nesse universo a liga da justiça também existe, as referências estão sempre ali, tanto no cenário quanto no roteiro. É incrível ver tantas ligações com os outro heróis principais, sendo que o mais importante é que tudo isso faz parte da trama de forma orgânica e necessária.

A caracterização de Kory/Estelar deixou todas as dúvidas de lado, assim como a interpretação fantástica da personagem, fazendo com que ela seja uma das melhores coisas dessa série. A trama de Kory é sua procura por identidade, mas essa trajetória acaba por ficar em segundo plano e entregando pouco. Mutano tem um passado bem explorado e integra a equipe de forma incrível, apesar de sua participação ainda ser limitada, assim como suas transformações, reduzida apenas a um tigre, e apesar de ter uma explicação, o verdadeiro motivo deve ser o orçamento da série. O núcleo de Rapina e Columba serve para dar assistência em determinado momento da trama, mas quando mostrada de forma isolada, a história por trás da origem da dupla é extremamente forte e potente, rendendo um dos melhores episódios da temporada.

Esse início de Titãs é uma grande introdução de personagens e história, estabelecendo os elementos que devem ser melhor trabalhados na próxima temporada. Mesmo que a história perca o foco devido aos vários outros assuntos paralelos, a origem dos Titãs está ali, começando a tomar forma e prometendo uma grande aventura sombria e, ao mesmo tempo, colorida. É de encher os olhos conhecer esses personagens, viajar pela vida de cada um, e conhecer um universo muito maior do que achamos que poderia existir. O DC Universe não está para brincadeira, e a Netflix fez um ótimo negócio trazendo a série para o Brasil.