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Saint Seya: Os Cavaleiros dos Zodíaco

Acaba de estrear no serviço de streaming Netflix os primeiros 6 episódios dessa mais nova adaptação de Saint Seya: Os Cavaleiros dos Zodíaco, obra de Masami Kurumada, e logo de cara percebermos que apesar de tudo estar ali, também não está. Os personagens são os mesmos, mas se você assistir em inglês vai perceber as mudanças nos nomes de vários personagens como Saori por exemplo, que agora é a Siena. Yoga virou Cygnus Magnus, Shiryu é Long e nosso tempestuoso Ikki, virou Nero, afinal, ele bota fogo em tudo.

A grande modificação, que gerou muito burburinho na internet, foi a mudança de Shun, o cavaleiro de Andrômeda que agora é a Shaun (mas na dublagem ficou Shun mesmo). Eu sempre pensei que não fazia sentido pegar o Shun e transformá-lo em mulher. Levando em conta todas as desculpas dos roteiristas, de trazer uma baita mudança, deveriam ter feito isso com o Seiya ou com o Ikki.

Mas, tenho que dizer que a Shun é uma personagem muito melhor que sua versão masculina. Ela é mais centrada e ciente de suas responsabilidades. Gostei de ver e estou curioso para ver o além da personagem, já que, futuramente, ela irá desempenhar um papel de grande importância para a trama dos guerreiros de Atena.

Mas e ai? Vale a pena?

Tenho que dizer, que fui de coração aberto, algo que tenho sempre feito com essas adaptações de obras que marcaram a minha infância, e todo a trama, localizando Seya em nosso tempo, com tecnologia, e videos vazadas na internet no melhor estilo Poder sem Limites, me agradou. A introdução de um novo vilão que unificou forças para conquistar esse poder das estrelas, e faz parte do encontro da pequena reencarnação de Atena ao lado de Mitsumada Akido (Ou Alman), trazendo a tecnologia e o militarismo bélico para ser o inicio do enfrentamento dos futuros heróis, é bem curiosa e deixa aberturas para a construção dos próximos episódios.

Seya conquista a sua armadura sem tanto sangue em relação a versão do anime clássico, e parte para a Batalha Galáctica, que nem é tão Galáctica assim. Acaba se tornando uma rinha de submundo, escondido e sem ser conhecido pelo grande publico, como na versão original. Mas tudo está lá, inclusive o grande embate de Seiya e Shiryu.

Falando na animação em si, a qualidade é altíssima. Para alguns, tem a estética meio de plástico, como se fossem estatuetas de coleções que ganharam vida, mas com bastante fluidez, emulando algumas cenas clássicas do anime. Não fiquei incomodado em nenhum momento, mas entendo que pode trazer estranheza e distanciamento para os fãs da clássica série.

Ela, na verdade, condensa muito bem todo o arco da Guerra Galáctica, lima coisas desnecessárias, como o chatissimo Dócrates, adapta muito bem os Cavaleiros Negros, utilizando a parte militar e tecnológica do novo vilão, Vander Guraad, e finaliza com a união dos 4 amigos para vencer um adversário poderoso demais.

Essa versão de Saint Seya: Os Cavaleiros dos Zodíaco não é para o fã extremista do universo criado por Kurumada. Aquele que aceita todas as problemáticas de roteiro do mangá (e são muitas) e que se apega demais às noites na Manchete cantando “Os campeões, do universo, hão de vencer o mal“. Ainda há de melhorar as questões das lutas, trazendo mais emoção, mas a criação desse novo cânone está em um bom caminho, possível um bom potencial.

Senti falta da versão de “Pegasus Fantasy” cantada pelo Edu Falaschi, mas isso não é nada que incomode. A essência de Cavaleiros esta ali, e no fim dos seis primeiros episódios, a amizade, um fato de grande poder em toda a obra, é estabelecida, e isso aquece muito o coração e nos deixa com esperanças de uma evolução na trama.

A Toei Animation está apostando em um novo publico, mas você, velho fã da serie, se abrir seu coração e permitir que o Cosmo se eleve, vai aproveitar também!