Quantas vezes você parou para pensar na sua vida hoje? Você está feliz no atual emprego? Como vai sua família, seu companheiro (a) e amigos? Aqueles sonhos que você teve na flor da juventude já se realizaram? Se arrepende de algo que fez ou que não fez? Fez aquela viagem que estava planejada há anos? Eu sei, são muitas perguntas. A vida está repleta delas. E quanto mais afundamos na correria, mais complicado é tentar respondê-las. Sorte que Aziz Ansari (conhecido principalmente por Parks and Recreation) e a Netflix colocaram Master of None no mundo. E não sei ainda como agradecer por esse tapa na cara.
É cada vez mais raro que uma série de comédia consiga captar os problemas da sociedade atual e tratar tudo isso com um humor leve, porém altamente crítico. Sem apelar para o teor escrachado e piadas óbvias, Master of None surge como uma luz para guiar nossa cabeça diante de tantos enlatados. A primeira vista é uma série voltada para o público adulto, mas isso não impede que outras ramificações da sociedade se identifiquem. Tratar o sexo, preconceito, casamento, problemas familiares, machismo/feminismo e outros temas tão incrustados na sociedade com inteligência e sem medo é o grande trunfo da criação de Aziz.
Master of None não possui nenhuma mágica especial. É eficiente justamente por mostrar a vida nua e crua. Aziz usa algumas situações de seus shows de stand up na série. Mas caso você já tenha visto alguma apresentação, não se preocupe, ele não é repetitivo. Na verdade a forma como o humor é inserido é na falta de palavra melhor, brilhante. Os títulos dos episódios te apresentam o tema e cada minuto é usado para ironizar e criticar as situações absurdas, que parecem ser recortadas do dia a dia de qualquer um. Até mesmo do meu ou do seu.
Master of None é sincera com o espectador do início ao fim. Não existe nenhuma peça a ser pregada, exceto os imprevistos que a vida sempre nos reserva. Então pare de correr e sufocar aquilo que mais importa. Pegue esse smartphone que nunca sai da sua mão e faça algo de útil com ele. Pode me agradecer depois.
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