Jessica Jones 1ª Temp. Ep 1: “Moça Bonita Não Paga” | Análise

Estreia de Jessica Jones mostra onipresença do vilão Kilgrave – e pouco do MCU

Finalmente! Depois de uma longa espera após a mais do que satisfatória com Demolidor (leia nossa crítica), a parceria entre Marvel e Netflix dá seu próximo passo com Jessica Jones.

Com narrativa da própria Jessica Jones, a introdução resume bem como funciona seu trabalho na Alias Investigations e do nível de desprendimento emocional que a personagem passa naquele momento. Além do nome do seu escritório, muito do que é mostrado faz referência à HQ Alias escrita por Brian Michael Bendis como o vidro quebrado e até frases como “bebida custa dinheiro, geralmente”. Dada as diferenças e limitações estabelecidas pelo Universo Marvel dos cinemas e TV em relação aos quadrinhos, a adaptação está de primeira qualidade.

Kristen Ritter entrega uma Jessica Jones muito parecida com a das HQs, tanto ou talvez até mais profunda se compararmos com a de ALIAS: quem viu a atriz em ação na série Breaking Bad sabia de sua capacidade em entregar personagens deslocados mentalmente. Mike Colter não faz feio com seu Luke Cage e mostra muito entrosamento com a atriz (sem malícia!). Dependendo o ângulo da câmera, o ator fica tão enorme fisicamente quanto o Luke das HQs, e mesmo que não tenhamos muito do personagem em Jessica Jones podemos esperar grandes feitos em sua série solo que está em produção. Mas depois de Jessica, Kilgrave (David Tennant) é o principal destaque de “Moça Bonita Não Paga”. Relances de memória da protagonista já mostram o estrago causado pelo vilão, e o desfecho do caso “Hope” deixa muito claro o nível de psico-sociopatia do futuro Homem-Púrpura.

Ótima estreia! “Moça Bonita Não Paga” oferece uma história que se fecha e funciona muito bem para apresentar o espectador para a série, e há personagens ainda não explorados como Patricia Walker (Rachael Taylor) e Jeri Hogarth (Carrie-Anne Moss) que conheceremos adiante. A falta de ação também evidencia a principal diferença entre Jessica Jones e Demolidor: enquanto o Homem Sem Medo dispõe de orientação e treinamento para atos heroicos, a série de Steven DeKinight dosava (e muito bem) a ação com outros mecanismos como o drama do protagonista. Já Jessica prefere fugir da briga, se necessário (e quando luta não parece saber bem o que está fazendo). E podemos esperar muito desse vilão.

Jessica Jones está disponível para os assinantes Netflix.