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Crítica | Dark: encarando o paradoxo temporal de peito aberto na Netflix

Apelidada de “nova Stranger Things”, Dark é mais uma aposta da Netflix visando diversificar suas produções por regiões do globo, trazendo conteúdo europeu de qualidade para seu catálogo

Em meio a tantos acontecimentos no mundo nerd (Liga da Justiça, trailer de Vingadores: Guerra Infinita, CCXP, Star Wars: Os Últimos Jedi etc) teve uma série da Netflix que passou despercebida do grande público. Inicialmente apelidada de “a nova Stranger Things” da rede de streaming, Dark chegou ao catálogo no dia 1 de dezembro conquistando bastante notoriedade com quem se arriscou a assisti-la.

A trama de Dark acompanha a história de quatro diferentes famílias que vivem em uma pequena cidade alemã. Suas vidas pacatas são completamente atormentadas quando duas crianças desaparecem misteriosamente e os segredos obscuros envolta desses casos e da cidade como um todo começam a serem desvendados.

Essa falta de carisma acaba permitindo uma ousadia elogiável para produções desse porte (a Netflix está investindo cerca de US$ 1,5 bilhões em produções europeias). O principal tema de Dark é (cuidado com SPOILER da trama a seguir) a exaustivamente abordada viagem no tempo, tipo de assunto já visto em produções como De Volta Para o Futuro e A Máquina do Tempo. O mais legal é que, ao invés de se esconder na narrativa, a série encara suas questões de peito aberto, diferente de diversos filmes e séries que temem o famoso paradoxo temporal causado por essas viagens. Tudo o que acontece nessa primeira temporada está amarrado, e seus personagens (além de conectados) quase sempre optarão por caminhos sem volta. Nesse sentido, cada detalhe em tela é importante. Méritos para os criadores da série, Baran bo Odar e Jantje Friese.

Algumas semelhanças com Stranger Things, no entanto, são facilmente atribuíveis. A grande empresa anexada a uma cidade pequena, o núcleo de jovens adolescentes no elenco, a escola, criança desaparecida e um mundo paralelo e/ou obscuro ao habitual, são apenas alguns exemplos disso. Porém, também não é difícil entender que a própria série estadunidense, cria dos irmãos Duffer, carece de originalidade em suas ideias e conceitos (inspirados bastante em grandes criadores como Staphen King e Steven Spielberg). Se há alguma denuncia a ser feita, é a de que ambas as séries bebem de fontes semelhantes.

O desafio está lançado. É difícil de acreditar que Dark consiga agradar a todos no final, mas a capacidade de Baran bo Odar e Jantje Friese em amarrar a trama coloca a série como uma das melhores surpresas de 2017 no streaming.