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The Dropout | A história real da série do Star+

Já está disponível no Star+ os primeiros episódios de The Dropout. A nova minissérie dramática conta a história de Elizabeth Holmes e da sua empresa, a Theranos. A produção aborda a ambição da criadora da Startup, como ela ficou famosa e foi capa de várias revistas de negócios até a sua queda.

Com 8 episódios, The Dropout traz Naveen Andrews como Sunny Balwani e conta com a participação de Utkarsh Ambudkar, Kate Burton, Stephen Fry, Michel Gill, LisaGay Hamilton, William H. Macy, Elizabeth Marvel, Laurie Metcalf, Dylan Minnette, Alan Ruck, Sam Waterson e Michaela Watkins. O Star+ estreia toda quinta-feira, um novo episódio da série.

Descubra abaixo a história real de Elizabeth e da Theranos que inspirou a série The Dropout.

A THERANOS

Imagine que uma gota de sangue fosse o suficiente para detectar várias doenças. Essa era a promessa da Theranos, a empresa fundada em 2003 por Elizabeth Holmes, aos 19 anos. A ideia levou à criação das máquinas portáteis, Edison, que processariam as amostras de sangue para detectar anormalidades — teoricamente, eram equipamentos muito sofisticados e superiores aos que faziam os exames daquela época. O nome Theranos era um misto de therapy (terapia) e diagnosis (diagnóstico).

A empresa desenvolveu seu próprio recipiente para armazenar o sangue: era o nanotêiner, que tinha meia polegada de tamanho (1,29 cm), guardava 150 microlitros e substituiria vários tubos tradicionais de coleta de sangue. Segundo a Theranos, o sistema estava preparado para realizar até 250 testes: de diabetes e colesterol a câncer.

O bilionário Tim Draper, que conhecia Elizabeth desde pequena, foi o primeiro a apostar na Theranos. Ele emprestou US$ 1 milhão (R$ 5,5 milhões) à empresa. No ano seguinte à fundação, 2004, a companhia informava que já tinha arrecadado US$ 6,4 milhões (R$ 35,1 milhões). Em 2005, outros US$ 16 milhões (R$ 87,8 milhões) chegaram. Em 2014, os investimentos já somavam US$ 400 milhões (R$ 2,2 bilhões), a companhia empregava 800 profissionais e era avaliada em US$ 9 bilhões (R$ 49,4 bilhões).

A QUEDA

A confiabilidade da empresa foi questionada ainda em 2015, quando John Ioannidis, professor de medicina da Universidade de Stanford, levantou as primeiras suspeitas. Em um artigo, o professor aponta que a Theranos não tem pesquisas revisadas por outros cientistas e publicadas em periódicos especializados. Em seguida, uma reportagem de John Carreyrou publicada no jornal americano The Wall Street Journal denunciou que as máquinas Edison não eram tão eficazes como anunciado. A matéria afirmava que os equipamentos podiam fornecer resultados imprecisos.

Além disso, foi descoberto que a tecnologia da Theranos não era usada em todos os testes oferecidos pela empresa: muitos exames passavam por máquinas tradicionais. A companhia passou a ser investigada e teve de enfrentar investidores, ações judiciais e sanções de agências governamentais dos EUA. As entidades reguladoras dos Estados Unidos pediram mais dados sobre a Edison e a qualidade dos exames que a máquina realizava.

A investigação de Carreyrou revelou mentiras sobre parcerias com laboratórios farmacêuticos, discrepâncias sobre os investimentos recebidos, testes forjados e outros. A acusação de fraude contra Elizabeth veio em junho de 2018. Três meses depois, em setembro de 2018, a Theranos foi dissolvida. Depois das denúncias, a Theranos prometeu adequar os exames. A FDA, a procuradoria dos EUA e órgãos estaduais de saúde decidiram investigar a companhia e os dados divulgados por ela. A Forbes reavaliou a Theranos em US$ 800 milhões (R$ 4,4 bilhões) e, como as ações de Elizabeth não eram preferenciais, a fortuna da empresária foi de US$ 4,5 bilhões a US$ 0 de um dia para o outro.