O quinto episódio da série A Cadeira (The Chair Company), da HBO Max, confirma o rumo imprevisível que o criador Tim Robinson escolheu para sua comédia sobre paranoia corporativa, fracassos pessoais e colapsos nervosos. Intitulado “Eu Ganhei. Aproxima” (“I Won. Zoom In.”), o capítulo mergulha de vez no caos, ampliando o absurdo narrativo e o humor desconfortável característico da série — ainda que sem oferecer qualquer avanço real na misteriosa conspiração que ronda a empresa Tecca. Confira o resumo do que rolou no episódio 5 da série:
Recapitulação do episódio 5 da série A Cadeira
A conspiração da Tecca se complica
Logo de início, fica claro que Ron (Tim Robinson) e Mike Santini (Joseph Tudisco) continuam atolados na investigação que os dois acreditam estar prestes a desvendar. A suposta conspiração da Tecca — que talvez envolva tráfico de opioides e manipulação de dados — permanece um quebra-cabeça indecifrável. Cada nova pista parece mais duvidosa que a anterior, e o público é convidado a compartilhar a confusão dos personagens: nada faz muito sentido, mas tudo se torna cômico justamente por isso.
Enquanto o enredo avança sem clareza, A Cadeira encontra sua força na maneira como retrata a deterioração emocional de Ron. A série não se preocupa em oferecer respostas, e sim em mostrar como o protagonista tenta manter o controle em meio à escalada do absurdo.
O caos do escritório e o distanciamento de Ron
A trama alterna entre o mistério principal e o cotidiano cada vez mais estranho da Fisher Robay, onde Ron trabalha. Seu colega Douglas retorna ao escritório depois de um incidente grotesco na festa da empresa — ele ficou preso embaixo de uma geladeira — e agora está obcecado com normas da Lei de Acessibilidade para Pessoas com Deficiência (ADA). O assunto, irrelevante para a maioria, reflete o tipo de preocupação burocrática que A Cadeira usa para ironizar a cultura corporativa moderna.
Enquanto isso, a chefe Brenda tenta marcar uma reunião estratégica que depende da presença de Jeff, outro funcionário ausente. Ron, distraído e desinteressado, mal consegue fingir que se importa. Sua atenção está voltada para as “pistas” descobertas por Steven Droyco, um ex-funcionário da Tecca que surge como uma possível fonte de informações — embora tudo o que ele diga soe como o delírio de um lunático.
O delírio de Steven Droyco e o surgimento de novas pistas
As revelações de Droyco são um resumo perfeito do caos narrativo que domina o episódio. Ele afirma ter sido testemunha ocular de operações secretas na Tecca, mas suas histórias variam tanto que ninguém consegue saber se ele está mentindo, confuso ou sob efeito de drogas.
Ainda assim, um detalhe acaba chamando a atenção: Droyco reconhece o nome “Ken Tucker” em um jogo de bar e menciona uma empresa de fachada chamada Red Ball Global Media, formada por perfis falsos e fotos de banco de imagem. Mike, em uma de suas investidas cômicas, descobre que o verdadeiro nome de Ken Tucker é Oliver Probblo, um ator residente em uma pequena cidade perto de Dayton.
A viagem a Dayton e o mergulho no absurdo
A busca por Oliver transforma o episódio em uma sequência de situações cada vez mais surreais. Oliver é um ator excêntrico que interpreta o personagem Scrooge em uma montagem local de Um Conto de Natal. Ele costuma frequentar um bar caótico, onde todos parecem sob efeito de cocaína, e afirma ter tirado fotos para a Red Ball Global a pedido de uma mulher chamada Maggie S..
Enquanto tenta lembrar o sobrenome da mulher, Oliver promete consultar seu iPad. No entanto, a noite rapidamente sai do controle quando Ron se desentende com um homem que tem um afundamento visível na cabeça — o motivo da briga é banal: ele apenas o repreende por mergulhar o cotovelo em uma tigela de sopa.
A situação degringola quando Oliver paga drogas com dinheiro falso e acaba jogando uma bebida no rosto de uma cliente. O bar inteiro entra em colapso, e uma confusão generalizada se instala.
Uma fuga desastrosa e uma sequência de absurdos
Perseguidos pelos frequentadores enfurecidos do bar, Ron, Mike e Oliver fogem até o apartamento do ator. Lá, o caos continua. O professor de atuação de Oliver ocupa ilegalmente o banheiro, o vizinho tenta interferir, e o zelador do prédio — que esconde um caso extraconjugal — se junta à confusão.
A situação atinge o auge quando o zelador, tentando capturar o traficante que fugiu com o iPad de Oliver, força Ron a beijar sua amante sob a mira de uma arma, apenas para “provar” a traição. A cena é tão absurda quanto coerente com o tipo de humor que define a série: o constrangimento elevado ao nível do delírio.
No meio da confusão, Ron é atingido e desmaia, encerrando a sequência de forma abrupta.
A improvável amizade entre Ron e Mike em A Cadeira
Apesar do caos, o episódio traz um avanço emocional: a amizade entre Ron e Mike se consolida. O ex-agressor, agora parceiro de investigação, se oferece para ajudar Ron a resolver o caso da Tecca sem cobrar nada. Eles passam a se chamar de “irmão” e trocam mensagens de texto fora do expediente, estabelecendo um vínculo tão sincero quanto desconfortável.
Ainda assim, o comportamento de Mike desperta desconfiança. O episódio sugere que ele tem uma fixação crescente por Ron, misturando amizade, lealdade e algo mais perturbador.
Crítica do episódio 5 de A Cadeira, da HBO Max
Um final tão estranho quanto a jornada
Nos minutos finais, Ron tenta ocultar da família suas recentes idas ao hospital e as duas concussões sofridas. O silêncio reforça a ideia de que ele está cada vez mais isolado. Enquanto isso, Mike é mostrado assistindo a uma versão pornográfica de Um Conto de Natal, um detalhe tão bizarro quanto revelador de sua instabilidade.
O episódio 5 de A Cadeira, “Eu Ganhei. Aproxima”, representa o ponto mais caótico e imprevisível da temporada. Sem oferecer respostas concretas, a série abraça o absurdo total, transformando a falta de lógica em ferramenta narrativa.
Entre brigas de bar, teorias conspiratórias e um protagonista que perde gradualmente o controle, A Cadeira reafirma seu lugar como uma das produções mais originais da HBO Max — uma sátira sobre o colapso da vida moderna, onde a busca por sentido é sempre substituída pelo riso nervoso diante do caos.