O que fazer quando perdemos nossos ídolos?

Temos uma capacidade curiosa de se apegar à pessoas que, provavelmente, nunca chegaremos a ver de perto. Um cantor, um escritor, um jogador de futebol, um ator ou atriz e por aí vai. O ato de cultivar carinho e admiração, antes reservados para familiares e amigos íntimos, por pessoas tão “inalcançáveis” faz parte do nosso crescimento.

Mas o que podemos fazer quando essas pessoas se vão? Como entender que um lugar por tanto tempo ocupado agora está vazio? Acordar e de repente descobrir que aquela pessoa que te presenteou com seu filme, livro ou música favoritos acabou partindo sem nem ao menos se despedir é de cortar a alma. O egoísmo de que ele ou ela não poderia fazer isso com você acaba aflorando. Que direito eles tinham?

Hoje, milhares de fãs da saga Harry Potter foram acometidos por todo esse vendaval de sentimentos. Alan Rickman, conhecido por seu icônico papel de Severus Snape, acabou derrotado na batalha contra o câncer. Alan também foi o Xerife de Nottingham, o lendário Hilly Kristal, o Juiz Turpin, emprestou sua potente voz para a Lagarta Azul de Alice no País das Maravilhas entre outros grandes papéis. Deixou sua marca em várias pessoas e fez parte da história do cinema. O que fazer agora?

Poucos dias atrás David Bowie também nos deixou. Retornou ao seu planeta natal depois de cansar de lutar contra o câncer. No final de 2015 – ano marcado pela perda de vários ícones da cultura pop – Lemmy Kilmister, baixista, vocalista e fundador do Motörhead, também partiu. O mundo da música ficou menos interessante e os fãs desamparados. O que fazer agora?

O comediante Shaolin levou sua alegria para longe de nós. Marcado pelo riso fácil e pela habilidade de arrancar gargalhadas pelos inúmeros lugares que passou, estava com a saúde debilitada e não resistiu. Todos aqui citados tão diferentes entre si, mas com algo em comum: uma legião de fãs tristes. E a pergunta volta a se repetir: o que fazer agora?

É desafiador buscar uma resposta para essa questão. Chorar faz parte e sempre ajuda. Óbvio que a tristeza toma de conta por um tempo. Mas existe algo simples de ser feito e que não conseguimos enxergar com os olhos marejados. Viver da melhor maneira que conseguirmos.

Foi assim que esses ídolos passaram a fazer parte da nossa vida. Durante os anos que estiveram por aqui fizeram de tudo para que a presença deles fosse importante para quem os cercava, mesmo os mais distantes. Então faça uma maratona de Harry Potter e dos outros filmes de Alan Rickman, ouça tudo que conseguir de David Bowie e Motörhead, reveja um show do Shaolin ou de outro artista que sente falta. Mantenha aquele lugar especial no seu coração sempre preenchido. E nunca esqueça que a vida sempre nos presenteia com pessoas maravilhosas.