Famosos do Kpop falam sobre os ataques contra asiáticos

Não é de hoje que vemos como parte da sociedade tende a excluir e cometer atos de violência contra pessoas de certas raças e crenças. Devido à pandemia do Sars-CoV- 19, a COVID-19, temos visto um crescente movimento de violência contra pessoas amarelas (normalmente chamadas de “asiáticas”) e seus descendentes, principalmente nos Estados Unidos.

Nos últimos meses, houve um aumento nas notícias que reportavam ataques contra americanos-asiáticos. Em março, um senhor de 59 anos foi tão brutalmente agredido que suas lesões o deixaram parcialmente cego. Em outro caso, tiroteios em três lugares, que mulheres amarelas normalmente frequentam, levaram as vidas de oito mulheres inocentes. Seis delas eram asiáticas/amarelas.

Um homem de 21 anos foi preso, acusado de um dos ataques. Ele disse que sua ação não era ligada ao racismo, e sim que ele não conseguia controlar sua compulsão sexual em relação às mulheres, e que queria apenas evitar a perda de controle.

O movimento #StopAsianHate ganhou mais força. Famosos asiáticos/amarelos e de descendência asiática/amarela usaram suas mídias para expor seus sentimentos em relação a todo esse movimento nos EUA. Membros do grupo GOT7, a cantora Amber Liu, o cantor Eric Nam e outros expressaram a dor e o medo que sentem por seus familiares que moram nos Estados Unidos.

Eric Nam, que é um cantor solo e também faz parte de podcasts pela DIVE Studios, escreveu o artigo “If You’re Surprised by the Anti-Asian Violence in Atlanta, You Haven’t Been Listening. It’s Time to Hear our Voices” para o site TIME. O cantor nasceu em Atlanta, Georgia, nos Estados Unidos. Em seu texto, Eric escreve sobre como é ser um americano-asiático e não se sentir aceito em seu país por causa de seu cabelo, sua pele e a língua de seus pais.

To dehumanize the lives of eight individuals because someone was, as the sheriff’s department spokesman put it, “having a bad day” or to blame their actions on “sex addiction” is the height of white privilege and reveals the depth of the over-sexualization—and objectification—of an entire race’s gender. Why are women of our community the outlet for and victims of your sexual addiction? How dare you.” – Eric Nam para o site Time.

Desumanizar as vidas de oito indivíduos porque alguém, como foi posto pelo representante do departamento do xerife, “tendo um dia ruim” ou culpar suas ações como “ compulsão sexual” é o peso do privilégio branco e revela a super-sexualização – e objetificação – de um gênero racial inteiro. Porque as mulheres de nossa comunidade são a saída e as vítimas da sua compulsão sexual? Como vocês se atrevem?” [em tradução livre]

Como dito mais acima, vários cantores do gênero do Kpop foram às mídias para falar sobre essa violência, mas eles não foram os únicos. Celebridades americanas-asiáticas também comentaram sobre, como Sandra Oh, Lana Condor, Charles Melton e outros.

Sandra Oh, ganhadora de um Globo de Ouro, apareceu de surpresa em um dos protestos Stop Asian Hate, em Pittsburgh, na Pensilvânia.

O youtuber Eugene Lee Yang, do canal Try Guys, lançou um vídeo intitulado We Need To Talk About Anti-Asian Hate. O vídeo, com pouco mais de uma hora de duração, mostra como esse ódio contra asiáticos e seus descendentes começou, e conta com outras vozes de asiáticos/amarelos contando sobre a história que foi esquecida/ ignorada.

Esse movimento de ódio contra a comunidade asiática não é só nos Estados Unidos. No Brasil, infelizmente, também há sua parcela de ódio contra asiáticos/amarelos, que ficou mais clara com a pandemia da COVID-19. Pessoas de cargos importantes se mostraram como disseminadores desse ódio, e vários relatos de ataques a pessoas de ascendência asiática/amarela foram feitos.

A maior parte dos ataques são feitos de maneira geral contra o povo asiático/amarelo e não ao indivíduo em si, mas não deixa de ser uma violência contra estes.

OBS: Por que a utilização do termo “amarelo” ao se referir aos asiáticos? Pois a Ásia, na verdade, é um continente enorme, e os asiáticos referidos são descendentes de coreanos, japoneses, vietnamitas, chineses, que costumam ter o tom de pele “amarelada”, por isso a comunidade prefere usar esse termo, já que, por exemplo, pessoas do Oriente Médio fazem parte da Ásia e sua pele é mais para o que chamam de “oliva”.