No dia Internacional da Mulher, vamos tratar de como é ser mulher no universo cosplay
Olá, meus amores! Tudo bom? Como vocês sabem, hoje (08 de março) é celebrado o Dia Internacional da Mulher, uma data muito importante para refletirmos sobre a posição das mulheres na nossa sociedade patriarcal. E eu, como representante do sexo feminino e feminista nata, gostaria de falar um pouco sobre a experiência de ser mulher no Mundo Cosplay.
Em um dos posts anteriores eu falei sobre o Machismo no Mundo Cosplay e também cheguei a participar de um episódio do Pulsar onde debatemos sobre Assédio no Mundo Cosplay. Infelizmente falar sobre ser mulher em qualquer âmbito da nossa sociedade também é falar nesses assuntos. Por isso o objetivo desse post também será o de despertar, principalmente nos homens, a reflexão sobre como uma mulher se sente dentro desse universo. Pois, acima de tudo, 08/03 é um dia para falarmos sobre empatia.
Bom, então vamos começar. Para quem ainda não me conhece, meu nome é Thaís Jacaúna, tenho 25 anos, moro em Aracaju-SE e sou cosplayer há 3 anos. Meu primeiro cosplay aconteceu bem por acaso. Eu estava para participar de um evento sobre quadrinhos na minha cidade e queria usar um visual diferente. Foi quando num dia, me arrumando para sair a noite, eu percebi que a minha roupa se parecia com a da Canário Negro de Arrow – Sara Lance na época. Era praticamente véspera do evento e eu decidi que faria esse cosplay. Confesso que eu pouco conhecia a respeito do universo cosplay, então comecei a pesquisar o máximo que pude. Rodei a cidade toda atrás de uma peruca e de uma máscara. Custei, mas consegui comprar. E assim veio o meu primeiro cosplay. Desde então eu não parei mais.
As primeiras dificuldades vieram quando eu me dei conta de que eu não era apenas uma cosplayer, eu era uma cosplayer mulher. E isso significava que boa parte dos cosplays que eu poderia fazer eram obrigatoriamente sexy. Encontrar personagens que eu me identificasse e gostasse da roupa se tornou uma tarefa bem complicada. Não à toa, eu acabei me vendo fazer muitas versões femininas de personagens masculinos.
E a coisa piorou ainda mais quando eu percebi que só os cosplays sensuais eram bem visados nos eventos. Não importava quão bom estava o seu cosplay, se não era sexy ninguém iria querer tirar foto com ou de você nem te elogiar. Ser mulher e não usar um cosplay de roupas pequenas era ser invisível. Mas ao mesmo tempo, usar cosplays pequenos significava ser assediada. É uma escolha cruel, mas é a realidade que nós mulheres vivemos.
Resumidamente, ser mulher no mundo cosplay não é fácil. Na verdade, essa palavra nem sequer existe no vocabulário feminino, pois, se você nasce mulher, nada será fácil para você. Todos os dia vivemos dilemas que os homens nem sequer imaginam. Passamos por complicações para realizar coisas que para os homens são extremamente simples. Porque ser mulher passa longe da simplicidade. Ser mulher é lutar duas vezes mais. Ser mulher é provar seu valor todos os dias. Ser mulher é ter uma fortaleza dentro de um corpo frágil.
Antes de julgar uma mulher, cosplayer ou não, pense em tudo que ela precisa passar para estar no mesmo lugar que você. Antes de fazer algum comentário para uma mulher pense “se eu fosse ela, eu iria gostar de ouvir isso?”, se a resposta for não, não fale. Tudo passa pelo respeito. Vamos aprender a respeitar as mulheres e aí quem sabe no post do Dia da Mulher de 2019 eu não precise mais repetir essa história.