Atenção: o texto contém leves spoilers!
Nessa semana tive o prazer de assistir o tão aguardado filme da Mulher-Maravilha. A expectativa estava alta para todos os fãs e comigo não poderia ser diferente. Apesar de ter como heroína favorita a Mulher Gavião (talvez pela minha identificação com a cor de seu cabelo), sempre gostei muito da Mulher-Maravilha e nunca conheci uma menina que não gostasse.
Antes de falar da história em si, preciso destacar como esse filme é uma ótima conquista para nós mulheres. O primeiro filme de uma grande heroína ser dirigido por outra mulher – o que já nos assegura de que Diana não será apenas um rostinho bonito para agradar o público – nos tempos em que vivemos traz um simbolismo essencial de como o movimento pelos nossos direitos está conquistando vitórias. Muitos vão dizer que ele não muda nada na prática, mas levando em consideração que há poucos anos mulheres mal tinham direito ao voto, é um grande avanço.
Deixo a crítica do filme com meu amigo Luke, que já deu uma opinião muito bem embasada sobre o longa em uma review aqui no CosmoNerd, e vou me ater a falar apenas sobre a representatividade feminina. Não pretendo iniciar uma discussão Marvel vs DC, mas preciso admitir que a DC saiu na frente trazendo o primeiro filme solo de uma heroína. Foi uma atitude ousada e que deu muito certo, já que até agora o filme está sendo bem aceito pela crítica e também pelo público.
Uma parte do filme que mexeu muito comigo foram as cenas das Amazonas, enquanto elas lutam, uma pequena Diana observa a tudo maravilhada. Para mim, esse é o primeiro ponto emblemático do filme. Diana se inspira em mulheres fortes e quer ser como elas, pois não existem homens no seu mundo e ela não precisa deles. As Amazonas representam muito bem a sororidade que deveria existir entre nós mulheres, todas se ajudando como podem e se defendendo sozinhas. É nesse contexto que Diana cresce e é com a mente de que nada é proibido para as mulheres que ela vem ao nosso mundo. Obviamente isso causará problemas quando ela se defrontar com o machismo do lado de cá.
Dessas situações já podemos extrair uma grande lição. Durante o filme, Diana debate com homens sobre o porquê de não pode entrar em uma sala específica ou lutar ao lado deles. No mundo dela, as limitações criadas pelo machismo inexistem e isso faz com que Diana lute contra o preconceito do nosso mundo, mostrando que tem tanta capacidade – e no caso, até mais – quanto os homens. Para mim foi uma lição pelo fato de que já estamos acostumadas a abaixar a cabeça e aceitar. Diferentemente, Diana mostra que nunca devemos fazer isso. Somos fortes, bem mais do que um corpo ou um rosto bonito e precisamos estar seguras disso e mostrar nossa força quando enfrentamos pessoas que querem nos diminuir.
O que mais me agradou no filme foi a sutileza para mostrar a representatividade. Fica claro que o foco é contar a história da personagem e não forçar uma mensagem para os espectadores. Patty Jenkins com certeza sabia que se Diana fosse bem interpretada, a representação de sua força seria uma consequência inevitável. Exemplo disso é uma cena rápida, mas que não passou despercebida, onde Diana é levada a uma loja de roupas e se depara com um corset para “diminuir a barriga”. Em sua inocência que acaba sendo causadora de humor, ela questiona porque uma mulher iria querer isso, já que o que importa é estar bem equipada para um combate. Essa cena mexeu muito comigo, foi um momento de crítica direta ao estereótipo de beleza e representa bem o estilo sutil da obra.
Outro assunto bem aguardado era o romance entre Diana e Steve Trevor, personagem interpretado por Chris Pine. Para mim, tudo foi muito bem equilibrado e o romance não roubou o protagonismo do filme. Não me senti incomodada com nada do que foi mostrado em relação a isso.
Por último, deixo meus parabéns a Gal Gadot, que por si só já é um grande exemplo de mulher forte e poderosa. Recomendo a todos que assistam o filme – o melhor da DC até agora – e que se inspirem nessa personagem incrível que é Diana de Themyscira. Até a próxima!