Na Girl Space de hoje, Céfora Carvalho pontua 5 coisas que você sempre quis que os produtores de Hollywood soubessem, mas que nunca teve a oportunidade de falar
Depois do sucesso de Mulher-Maravilha, mais filmes com protagonistas femininas estão chegando para nos representar, seja no meio nerd ou não. Mas o aumento dessa demanda também expôe a dificuldade de se representar mulheres fortes sem que pareça totalmente forçado e esteriotipado, por isso no texto de hoje, resolvi pontuar algumas dicas que quase toda menina gostaria que os produtores tivessem em mente na hora de fazer um bom filme. Confira a seguir:
Não foquem no romance!
Parece óbvio, mas é sempre uma escapatória que incomoda muito nós mulheres. É horrível ver um filme onde a força feminina ou qualquer outro background interessante seja ofuscado por um romance forçado. Não estou aqui sugerindo que os romances sejam completamente retirados das histórias, apenas que sejam bem feitos. Mulher-Maravilha foi um ótimo exemplo disso, a história entre Diana e Steve não atrapalhou em nada no andamento da história.
Também quero deixar claro de que essa dica não vale para gêneros românticos, mas evitar a representação extremamente sensível da mulher nesses casos também é super válido.
Não forçem empoderamento!
Se antes não havia a menor preocupação com essas questões, hoje ela se torna até excessiva. A construção de muitas personagens são prejudicadas pela necessidade de mostrar como são fortes, o problema é que isso é feito na maioria das vezes de forma errada. Um exemplo bem recente é Laureline, personagem de Cara Delevingne em Valerian. A agente fica a todo momento disparando grosserias contra Valerian, o que torna sua tentativa de “empoderamento” totalmente chata e desnecessária.
Nem sempre é necessário usar falas para mostrar a força de uma personagem, apenas sua postura e atitude já demonstram isso de forma natural e prática, causando empatia nas mulheres que assistem.
Não sensualizem atrizes desnecessariamente!
Assisti a pré-estreia de Os Guardiões e uma das cenas que mais me incomodou ─ entre muitos outros erros do filme que você pode conferir na nossa crítica ─ foi quando focaram no bumbum de Alina Lanina para mostrar sua armadura. Um close totalmente fora de contexto e desnecessário, que visou apenas sensualizar a personagem, mas de forma errada. Esse tipo de exposição mostra as mulheres como objetos e pode ser evitado com um pouco de bom senso.
Escolham mulheres reais para o papel!
Não estou aqui dizendo que Gal Gadot e Scarlett Johanson não são reais, mas elas se encaixam perfeitamente no esteriótipo de beleza que a mídia quer vender: mulheres altas, magras, brancas, com peles perfeitas e cinturas definidas. Isso é um grande problema para as meninas mais novas que se enxergam muito nas personagens e se sentem pressionadas para ter aquele mesmo tipo de beleza e também diz muito a respeito da representatividade. Quase não vemos mulheres negras sendo colocadas como padrão de beleza e as “gordinhas” também não têm vez, mas elas existem e estão no mundo real sofrendo preconceito todos os dias.
Atrizes mais próximas a nossa realidade seriam perfeitas para causar empatia e mostrar que todas nós podemos ser fortes.
Escolham mais diretoras mulheres!
Digo sem medo que uma das grandes responsáveis pelo sucesso de Mulher-Maravilha foi Patty Jenkins, apenas uma mulher conseguiria ser tão equilibrada ao contar a história de uma heroína forte sem cair no puro clichê. Infelizmente, diretoras mulheres são deixadas de lado e precisam de nosso apoio para ganharem mais espaço. Tenho certeza de que elas teriam o bom senso ideal e evitariam os erros aqui pontuados nessa lista (assim como muitos outros) facilmente.
Podemos ajuda-las valorizando mais suas obras. Aproveito para deixar aqui essa lista com filmes dirigidos por mulheres, não deixem de conferir os excelentes títulos.
E aí, gostou da lista? Tem mais dicas para pontuar? Então escreva nos comentários e vamos trocar ideias. Até a próxima!