Foi no dia 28 de outubro de 1824 que o francês Charles-Émile Reynaud realizou a primeira projeção pública de imagens animadas do mundo. Ele utilizou o seu teatro óptico no Museu Grevin, em Paris, exibindo o filme Pauvre Pierrot. Émile era um inventor ousado e foi ele que pela primeira vez pensou nas perfurações nos filmes, que posteriormente estavam no rolo de filmes em película. Sem Émile não teria animação e o cinema sofreria um pouquinho mais na história. Seus avanços tecnológicos são inegáveis.
Em 2002, a ASIFA (Associação Internacional do Filme de Animação) lançou o “Dia Internacional da Animação” contando com diferentes grupos internacionais filiados em mais de 30 países. No Brasil, a Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA) comanda a festa e eles fizeram uma programação incrível em 2020 com exibições e palestras. Depois, vale a pena conferir AQUI!
“Todo cinema é animação”
É interessante observar também que a data da “primeira animação exibida em público” antecede os irmãos Lumière e o cinematógrafo, com a exibição do filme da chegada do trem à estação. Isso só aconteceu em 1895, três anos depois. O que fortalece a minha tese de que, em sua gênese, todo o cinema é animação. Contrapondo as forças ocultas e preconceituosas do cinema mundial (e brasileiro também) que afirmam: “animação não é cinema”. Discordo totalmente.
E não digo isso pelo pioneirismo da animação de Émile. Afirmo que todo cinema é animação por aspectos tecnológicos. O cinema (todo audiovisual e até a vida que passa aos seus olhos) só é visto como movimento por um fenômeno óptico da permanência da imagem no fundo do nossos olhos por alguns milésimos de segundos. A Persistência da Visão ou Persistência Retiniana faz com que imagens projetadas a um ritmo superior a 16 por segundo, dão sensação de movimento. Fantástico!
Observe, então, a origem da palavra animação que no latim, ‘animatio’, significa, ser animado. Uma derivação da palavra ‘anima’, traduzida como espírito ou alma. Animar é dar vida. Cinema é dar vida aos fotogramas até então parados. Atores dão o sopro de ar e dão vida, animadores dão seu sopro a cada layout e dão vida.
Por tudo isso, animação é cinema sim! O dia da animação poderia muito bem ser o dia mundial do cinema. Quanto aos teimosos que muitas vezes querem rebaixar a animação como uma arte menor ou um “não cinema”, espero que eles não gostem de nenhum filme de herói ou até o cinema de arte gravado com atores em um fundo verde. Não quero quebrar a magia de que muitos filmes, atualmente, são mais feitos na pós produção com efeitos, animações quadro a quadro e muita computação gráfica do que essa pessoa possa imaginar.
Viva a animação! Anime-se!
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Para saber mais sobre animação brasileira, ouça também o podcast SE ANIME.