Ah as trilogias… Eu lembro que quando eu era criança achava incrível filmes que tinham três histórias diferentes, lançadas com intervalos entre 2 e 5 anos. Ainda me lembro do dia em que soube, lendo uma revista SET, que seriam três filmes do “O Senhor dos Anéis“. Hoje, as trilogias são quase obrigações para os estúdios forçados pelos fãs e muitas vezes pelos dólares envolvidos no lucro. Essa busca incessante pelo sucesso às vezes adiciona pressa, roteiros chatos e o risco dos fãs não gostarem das continuações. Ainda bem que para mim “Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas” não me desagradou, pelo contrário. O filme é divertido, com boas piadas para crianças e boa diversão para os pais.
Eu não gosto quando adultos chamam crianças de monstrinhos, mas no filme as crianças monstrinhos roubam a cena. Principalmente, os lobinhos! A saga de Drácula e sua filha Mavis retorna para as telas e desta vez o cansaço do trabalho no hotel está “matando” o já morto-vivo vampiro. Pior do que o alho mais robusto, o stress é o impulsionador da história e das tão necessárias férias. É claro que a família toda vai. Novas aventuras recheadas de sacadas de texto e as divertidas cenas de perseguição são o forte do filme.
No Brasil, a série “Hotel Transilvânia” tem retorno garantido. O filme fechou a primeira semana na liderança da bilheteria, a frente de “Os Incríveis 2“. Foram arrecadados R$ 14,29 milhões, com 883 mil ingressos vendidos, entre 12 e 15 de julho, segundo dados da ComScore. É claro que o trabalho de marketing pesa. No Festival Internacional de Animação em Annecy, na França, teve pré-estreia e o material de divulgação, ações com mascotes nos espaços do evento deram ainda mais visibilidade. Além disso, o filme foi pensado para as férias em família. Toda a história mostra união de diferentes famílias em prol da felicidade de do amor. Este embate é comum, mas fazê-lo funcionar na tela tem seus méritos.
Tecnicamente, o traço do filme foge um pouco da perfeição dos traços de boa pate dos longas 3D. O diretor Genndy Tartakovsky (que dirigiu o “Laboratório de Dexter”, “Samurai Jack” e “Star Wars: A Guerra dos Clones”) relembra seus trabalhos para a tv onde o traço estilizado tinha grande importância. Em seus longas em 3D Tartakovsky parece resistir a uniformização das animações digitais e deixa, de certo modo, sua assinatura. A trilha sonora de Mark Mothersbaugh também tem função importante que dá ritmo e potência na narrativa do roteiro assinado por Michael McCullers, em parceria com o diretor.
A verdade é que crianças e monstrinhos vão amar “Hotel Transilvânia 3“. E o segredo é que ele tem um “tchan” que pega toda a família.