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Combo Studio aposta em ‘categoria de base’ de animadores

No futebol, é muito comum se utilizar o termo “categoria de base” para falar sobre a formação de novos atletas que, no futuro, poderão se tornar profissionais pela equipe. Todo jogador de destaque, como o Neymar, por exemplo, foi formado, desde criança, para atingir o seu melhor nível no esporte. Na animação, não é muito diferente.

Para se ter bons profissionais no mercado, é preciso treinar e desenvolver pessoas interessadas, que queiram construir uma carreira e atingir um alto nível na área. E, isso se torna cada vez mais necessário, pois há uma escassez de animadores disponíveis, algo que foi percebido pelo Combo Studio, do Rio de Janeiro, que decidiu investir na formação de uma “categoria de base” da animação, que também serve como um recurso para expandir a equipe, caso seja necessário.

“Nós percebemos que o Brasil tem uma carência muito grande de escolas de animação de qualidade, existem apenas algumas faculdades, geralmente presenciais e em pouca quantidade, o que acaba gerando um número insuficiente de bons profissionais. Além disso, o mercado brasileiro perde muitos animadores para estúdios estrangeiros”, comenta Vitor Campos, sócio do Combo Studio.

Desde o início da pandemia da COVID-19, em 2020, praticamente todos os estúdios adotaram o regime de home office e passaram a contratar animadores do mundo todo. Com isso, os profissionais brasileiros mais experientes se tornaram alvo de grandes empresas da América do Norte e da Europa. Com a desvalorização do Real, fica muito difícil para uma empresa brasileira concorrer e conseguir contratar.

Em contrapartida, as empresas brasileiras vêm ganhando espaço em produções internacionais. O próprio Combo, por exemplo, participou das animações do filme “America: The Motion Picture”, da Netflix, e das séries “Hit Monkey”, da Marvel Studios, e “Swan Boy”, do Hulu. Isso gera uma necessidade de aumento de equipe. Para poder suprir a crescente demanda e abastecer a profissão, o Combo decidiu investir na formação de novos animadores no país. Assim, criou um curso que pode ser feito por qualquer um que tenha interesse em aprender a profissão.

“Vendo essa oportunidade no mercado, somada à nossa metodologia interna de ensino, tivemos a ideia do curso, para atender essa necessidade, seja para quem gostaria de aprender por hobby ou para atuar profissionalmente. Já formamos dezenas de profissionais. Acreditamos que todos têm potencial para se tornar grandes no mercado, basta ter muita força de vontade, empenho e o treinamento adequado para chegar ao objetivo”, afirmou Campos.

No curso, o aluno cria a base necessária de conhecimentos em animação 2D, aprende o programa, o rigging e a animação. Segundo o estúdio, qualquer pessoa, independentemente do perfil, consegue se identificar com o curso, pois se trata de uma área que é, ao mesmo tempo, muito artística e muito técnica, demandando dedicação aos estudos e à prática, segundo Vitor. “Quando se trata de animação, não é algo que você chega e faz tudo da sua cabeça. Nas animações estamos ‘recriando’ a vida real nos desenhos e, por isso, precisamos estudar muito como o corpo se comporta, como objetos reagem à física e os movimentos”.

Com o curso, disponível no site oficial, o Combo já formou dezenas de animadores que estão ou passaram pela empresa. Vários seguem carreira em outros países, trabalhando para estúdios reconhecidos em todo o mundo