O prestigiado e autêntico Alan Moore, conhecido por suas histórias em V de Vingança e Watchmen, divulgou uma carta através de seu perfil no Facebook onde comenta sobre as eleições brasileiras.
Moore começa falando sobre o enfraquecimento das políticas públicas voltadas para o meio ambiente e do avanço da extrema direita mundialmente.
“A escancarada agressividade desse avanço da extrema-direita me parece tão violenta, e ainda assim desconectada de qualquer realidade, que ela somente pode ser originária do desespero; o medo histérico sentido por aqueles que estão mais bem-posicionados nas estruturas de poder do mundo, que sabem que o novo mundo pode, em última instância, não ter mais lugar para eles”.
Em seguida, o autor comenta sobre a perseguição às minorias raciais e religiosas, ou povos nativos, os pobres, as mulheres, ou mesmo as pessoas LGBTQIA+.
“Assistimos desesperadamente enquanto, cantando a partir do mesmo livro de hinos que a sua inspiração norte-americana, Bolsonaro violou o povo indígena do Brasil, os seus homossexuais e os direitos das suas mulheres a abortos seguros, alimentando uma fogueira descontrolada de ódio como distração das suas agendas sociais e económicas, ao mesmo tempo que inundou a sua cultura com armas. Vimos ele tentar abrir caminho através da pandemia, exprimindo a sua idiotice anti-vacina, e vimos a crescente área de cemitérios preparados à pressa no Brasil; aquelas grades de pombos em solo cinzento com flores mortas aqui e ali ou marcadores pintados como uma gota de cor”.
Logo, Alan Moore explicita seu apoio ao voto em Lula, que não terá uma tarefa fácil pela frente:
“Na qualidade de anarquista, existem pouquíssimos líderes políticos que eu seria completamente capaz de tolerar, e menos ainda os que eu poderia endossar, mas por tudo que soube e li a respeito, Luiz da Silva, o Lula, parece ser um indivíduo tão raro”, começa. “Reparar o estrago destes últimos 5 anos certamente não será fácil e nem será barato, e [Luiz Inácio Lula] da Silva estará herdando um cenário político terrivelmente desfigurado”.
Acesse a carta traduzida abaixo: