A série Zomvivor, nova produção tailandesa disponível na Netflix, leva o gênero zumbi para um ambiente pouco explorado: o campus universitário. Dirigida por Kla Nathawat Piyanonpong, a produção se destaca ao combinar o terror apocalíptico com dramas pessoais e dilemas morais. Com sete episódios, a trama acompanha um grupo de estudantes que precisa enfrentar o colapso repentino de seu mundo após a propagação de um vírus letal. Confira a crítica da série:
O elenco reúne grandes nomes do entretenimento tailandês, incluindo Janis Janistar Phomphadungcheep (Ning), Tommy Sittichok Pueakpoolpol (Jean), NuNew Chawarin Perdpiriyawong (Non), Zee Pruk Panich (San) e Weir Sukollawat Kanarot (Dr. Wiroj Limmanaphong). A presença de vários astros populares do universo BL (Boys’ Love) gerou grande expectativa entre os fãs, que aguardavam o projeto há mais de dois anos.
Zomvivor: um apocalipse com toque humano
Apesar da premissa familiar — jovens isolados tentando sobreviver a uma infestação de mortos-vivos —, Zomvivor busca diferenciação ao tratar seus personagens com profundidade emocional. Mais do que lutar contra os infectados, eles enfrentam culpa, medo, laços familiares e conflitos internos. É o caso de Pao (Jimmy Karn Kritsanaphan), cuja trajetória de trauma e desespero se torna um dos pontos altos da narrativa.
A relação entre Ning e Non também funciona como o eixo emocional da série. Enquanto ela tenta manter o controle da situação, ele passa por uma transformação inesperada que redefine o rumo da história. A escolha final de Non, envolvendo o sangue infectado, é uma das cenas mais intensas e simbólicas da temporada — um momento que reforça a ambiguidade moral presente em toda a trama.
O olhar da Tailândia sobre o gênero zumbi
Embora inevitavelmente lembrada de produções como All of Us Are Dead, a série tailandesa busca um tom próprio. Os zumbis de Zomvivor não são meros monstros irracionais: demonstram lampejos de memória e emoção, o que os torna figuras trágicas. Há cenas que os mostram repetindo gestos cotidianos, como limpar o chão ou arrumar livros — detalhes que humanizam o horror e ampliam o desconforto do espectador.

As cenas de ação e tensão são bem conduzidas, com ritmo acelerado e fotografia consistente. O trabalho de câmera e som reforça o clima de urgência, sem recorrer ao exagero. Mesmo assim, há momentos em que a narrativa desacelera por conta de flashbacks e pequenas incoerências de roteiro, o que pode quebrar o ritmo da história.
Crítica: vale à pena assistir Zomvivor na Netflix?
Um final aberto e promissor na série tailandesa
O desfecho da primeira temporada de Zomvivor prepara terreno para uma possível continuação. O último episódio entrega uma sequência visualmente marcante, ambientada no telhado da universidade, e encerra com a transformação de Non, um símbolo do quanto a humanidade e a infecção se misturam na série.
Combinando horror, drama juvenil e reflexões sobre sobrevivência, Zomvivor reafirma o potencial das produções asiáticas de reinventar gêneros populares. A série da Netflix é um bom exemplo de como o terror pode dialogar com emoções humanas sem abrir mão da tensão e do entretenimento.