A direção de Danny Boyle (Trainspotting) e o roteiro de Richard Curtis (Notthing Hill) reimaginam um mundo sem Beatles, onde apenas um jovem e fracassado cantor tem a noção do poder e da importância da banda, reinventado todo um universo, ao mesmo tempo que faz uma critica a industria musical.
A experiência que tive ao ver Yesterday é sensorial, sentimental. Não da para colocar em métricas do Excel ou em normativas institucionais, ao menos, não para mim.
A fábula do jovem Jack Malik, interpretado por Himesh Patel (The Aeronauts), um fracassado músico que pensa em desistir de seu sonho de tocar para as multidões, tem sua vida completamente mudada, após um apagão que tomou o mundo e lhe rendeu uma experiência de quase morte, a perda de dois dentes e a dádiva de ser o único ser humano a lembrar dos Beatles (Ah, Oasis também, porque enfim…).
E o que fazer com esse poder?
Desacreditado de seu talento, onde apenas a sua agente e amiga de longa data, Ellie, vivida por Lily James (Cinderela, Mamma Mia) acredita nesse potencial. Assim, Jack resolve tomar a autoria das músicas da maior banda de rock de todos os tempos (sim, para mim) e lançar como se fossem suas. Mas as coisas não são assim tão rápidas. Para a virada, é necessário que alguém do mercado encontre essas musicas, e o ouvido felizardo foi o do cantor Ed Sheeran (interpretando ele mesmo).
A descoberta de Sheeran possibilita um sucesso absurdo para Jack e as “suas” composições, rendendo momentos impagáveis, como o desafio de quem cria a melhor música em 10 minutos. E Sheeran faz uma belíssima canção, mas Jack apresenta The Long and Winding Road, umas das melhores dos Beatles.
Um mundo sem Beatles, é um mundo infinitamente pior.
Jack consegue tudo o que sempre sonhou, sucesso, shows lotados, mas o que ele perdeu nesse processo de viagens ao lado do maluco e carismático roadie Rocky interpretando por Joel Fry (Game of Thrones). E é ai que que meu texto abandona qualquer narrativa de critica, pois neste momento, eu estava entregue ao conto do musico. Embalado por canções de grande poder, tudo em sua vida remete a uma única sentença: quais as coisas que lhe são verdadeiramente importantes?
Quantas vezes escolhemos as colunas erradas, colocando pessoas em status que não merecem? Onde devemos focar nosso amor e energia? Quem deve estar na listagem do que realmente vale a pena, nessa longa e sinuosa estrada que acaba sempre nós levando a porta de um grande amor?
Jack faz todas as escolhas possíveis, sofre por elas, e tem a ajuda de alguém muito importante para entender o poder das canções do Beatles, e quando ele aparece, as lágrimas fluem (Obrigado, Robert Carlyle!).
Esse texto não é critica, não tem spoilers, não é fundamentando em nada, ele é uma declaração de amor à tantas músicas da banda de Liverpool, que embalou momentos felizes e tristes de minha vida.
Yesterday é sobre o carinho que Boyle, Richard e todo o elenco conseguiram impactar em quase duas horas, em nos fazer rir, chorar e entender que um mundo sem Beatles não é um mundo que eu queira viver. Mesmo que a jornada seja dura, a estrada seja longa e sinuosa, sempre serei guiado, por tantas portas do destino, ao som dos 4 de Liverpool.
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