Xamã: O Exorcista Pagão (Shaman, 2025) - Crítica do Filme de Terror Xamã: O Exorcista Pagão (Shaman, 2025) - Crítica do Filme de Terror

Xamã: O Exorcista Pagão (2025) | Crítica do Filme de Terror | HBO Max

Disponível na HBO Max, Xamã: O Exorcista Pagão (Shaman, 2025) aposta em um subgênero bastante conhecido do terror, o dos filmes de possessão, mas busca diferenciação ao inserir a discussão religiosa em um contexto cultural específico. Dirigido por Antonio Negret e escrito por Daniel Negret, o longa utiliza convenções familiares para explorar temas ligados à fé, à colonização e à imposição de crenças. Leia a crítica do filme de terror:

Missionários cristãos no Equador: a trama de Shaman

A trama acompanha Candice (Sara Canning) e Joel (Daniel Gillies), missionários cristãos que vivem no Equador com o filho, Elliot (Jett Klyne). Durante uma brincadeira com crianças locais, o garoto entra em uma caverna proibida e acaba entrando em contato com uma entidade ancestral. Após o incidente, o comportamento de Elliot muda de forma gradual, despertando a desconfiança da mãe. Convencida de que forças malignas estão em ação, Candice associa o ocorrido a um xamã da região (Humberto Morales) e decide recorrer à ajuda do padre Meyer (Alejandro Fajardo), iniciando um conflito entre diferentes visões espirituais.

Embora a estrutura narrativa remeta a títulos clássicos do terror religioso, o filme se distancia da abordagem tradicional ao reduzir o foco no ritual de exorcismo em si. O interesse central está na maneira como personagens movidos por certezas absolutas lidam com aquilo que não compreendem. Nesse sentido, Xamã: O Exorcista Pagão articula o horror a partir do choque entre culturas e da arrogância associada à convicção religiosa.

Visualmente, o longa se destaca pelo tratamento dado às cenas de possessão. Os efeitos especiais combinam recursos digitais e práticos para criar imagens que remetem à natureza e aos elementos orgânicos, reforçando a ideia de uma força espiritual ligada ao ambiente. A fotografia de Daniel Andrade valoriza as paisagens equatorianas e contribui para a atmosfera inquietante, usando a geografia local como parte essencial da narrativa.

O elenco sustenta bem a proposta. Jett Klyne constrói uma performance consistente ao alternar momentos de fragilidade infantil com manifestações perturbadoras da entidade que o domina. Humberto Morales e Alejandro Fajardo apresentam interpretações que evidenciam diferenças sutis entre formas de liderança espiritual. Já Sara Canning se destaca ao retratar uma personagem movida por uma fé inabalável, cuja rigidez acaba se convertendo em agressividade e incapacidade de diálogo.

Xamã: O Exorcista Pagão (Shaman, 2025) - Crítica do Filme de Terror

Crítica: vale à pena assistir ao filme de terror Xamã: O Exorcista Pagão na HBO Max?

Ao abordar a religião como instrumento de poder, Xamã: O Exorcista Pagão encontra um espaço próprio dentro do cinema de terror. O filme sugere que o verdadeiro perigo não está apenas nas forças sobrenaturais, mas na crença de que existe apenas uma maneira legítima de enfrentar o desconhecido. Essa perspectiva confere ao longa uma camada temática que permanece após o encerramento da narrativa.