Muita ação no sétimo capítulo da franquia Velozes e Furiosos
Quando uma franquia cresce além do imaginado é preciso que algo continue dando vida a ela. Novas tramas, novos vilões e motivações. Velozes e Furiosos 7 é a síntese dessa necessidade. E é na família que Vin Diesel se apoia para trazer o melhor filme da franquia e o maior lançamento do ano até o momento.
Velozes e Furiosos 7 é a união de tudo que existe de mais positivo em todos os outros filmes da franquia. Ação pra CARAL#@*, história bem construída, humor leve e rasteiro e muitas, mas muitas perseguições em alta velocidade. Com o acréscimo de carros voadores 😉 Lembra do primeiro filme? Aquele que vivia passando na Record… Pois é, ele criou um monstro e o (último?) capítulo dessa jornada é um brinde a toda uma geração.
Logo de cara somos apresentados a Deckard Shaw (Jason Sthatam), irmão de Owen Shaw (vilão de Velozes 6) e a MELHOR entrada de um vilão dos últimos anos. Buscando vingança pelo o que aconteceu com seu maninho, ele vai à procura da equipe de Toretto. Se Owen já era mortal, seu irmão eleva essa qualidade a décima potência. Jason funciona extremamente bem no papel de maníaco-assassino-lutador-piloto de fuga. A trama sempre pareceu simplória desde o início, mas graças a um roteiro inteligente e a direção excelente de James Wan (Invocação do Mal) somos agraciados com um filme e tanto.
Existe muito mais do que uma busca por vingança. E é esse o ponto que traduz o quanto a franquia cresceu de qualidade desde seu quarto filme. Tudo se conecta aqui, todas as tramas passadas que pareciam sem importância ganham um motivo para existirem. O filme entra em uma espiral de emoção e nervosismo. A história do longa não se perde em nenhum momento. Quando você sentir um clique na mente é porque tudo se encaixou. E vai ser o momento que você vai poder relaxar e curtir uma grande obra.
Os efeitos especiais estão excelentes, as cenas de luta e perseguição seguem o mesmo caminho. Sthatam v Dwayne Johnson e Vin Diesel v Sthatam são uma explosão deliciosa de testosterona. É pancadaria da melhor qualidade. A direção de Wan é o segundo grande motivo por trás de todos os elogios que o filme vem recebendo. Saindo da alcunha dos filmes de terror, o cara mostra que tem tudo para brilhar ainda mais em Hollywood (olho nele Marvel e DC). Mas sabe qual é o grande motivo do sucesso? Vin Diesel e sua família. A maneira como o ator abraçou a franquia e seus membros é comovente, sincera e rara nos dias de hoje. Quando Dominic sai em busca de vingança pela morte de um companheiro, é possível sentir que o próprio Vin Diesel está a procura dessa vingança. É como se não fosse um filme e não existissem câmeras ali. “Não se deve mexer com a família de um homem”.
E essa família (palavra que se repete 986496 vezes no filme) perdeu um membro antigo e valioso. Paul Walker faleceu de maneira irônica em 2013. Isso pode não ter mudado nada na sua vida, mas acredite: foi um choque cruel e doloroso para mim e todos os que cresceram amando Velozes e Furiosos. E quer saber, esquece tudo sobre a ação, esse filme é na verdade uma homenagem. Uma linda, singela e triste homenagem. Não tem coração que aguente ao ver Paul Walker planando com seu carro pelo céu. Fazia parte do filme, mas era lindo mesmo assim. A preocupação em excesso com Brian durante o filme nos faz imaginar que era aquele cuidado que os atores gostariam de ter tido com Paul. Vin Diesel não conseguiu proteger seu irmão na vida real, mas o salvou dentro desse filme.
É um adeus justo, do tipo que eles gostariam de poder ter dado somente daqui a vários anos e de uma maneira mais calma. É triste, triste demais, mas esse é o caminho traiçoeiro da vida. Não importa se você é Veloz ou Furioso, terá que enxugar as lágrimas através dos inúteis óculos 3D. Assim como enxugo as lágrimas do teclado enquanto minha garganta dá um nó. Vai em paz Paul, sua última corrida foi digna dos grandes campeões.
#RIPPAULWALKER