A tradicional franquia V/H/S retorna em 2025 com V/H/S: Halloween, agora disponível no Prime Video, e pela primeira vez o tema da antologia é inteiramente dedicado ao feriado mais querido dos fãs de horror. Produzido por Shudder, Bloody Disgusting e Cinepocalypse, o longa mantém o formato de curtas conectados por um fio narrativo comum e entrega uma das compilações mais consistentes da série em termos de ritmo e identidade. Confira a crítica do filme de terror:
V/H/S: Halloween – uma nova antologia centrada no feriado
Desde 2012, V/H/S apresenta histórias independentes de horror filmadas em estilo found footage, cada uma dirigida por cineastas diferentes. Em V/H/S: Halloween, o elo entre as tramas é o curta Diet Phantasma, dirigido por Bryan M. Ferguson. O segmento funciona como uma sátira ao consumismo e à pseudociência, mostrando uma equipe de cientistas testando um refrigerante misterioso que provoca efeitos grotescos nos voluntários — de possessão demoníaca à combustão espontânea. A cada retorno ao curta, o nível de insanidade aumenta, criando uma estrutura que costura as histórias principais com humor sombrio e crescente bizarrice.
“Coochie Coochie Coo”: um conto de bruxas moderno
O primeiro curta de destaque é Coochie Coochie Coo, de Anna Zlokovic, sobre duas adolescentes que decidem sair para pedir doces mesmo já tendo passado da idade. A dupla acaba encontrando a “mamãe”, uma figura folclórica urbana que castiga jovens rebeldes na noite de Halloween. O segmento mistura lenda urbana e grotesco, com uma ambientação visualmente intensa e um senso de humor perverso que define bem o tom do longa como um todo.
Paco Plaza e o terror ritualístico de “Ut Supra Sic Infra”
O espanhol Paco Plaza ([REC]) entrega Ut Supra Sic Infra, uma das partes mais visuais da antologia. A história gira em torno de um sobrevivente levado pela polícia até o local de um massacre ritualístico. Alternando entre a investigação e a noite do crime, o curta utiliza a estética de filmagem encontrada de forma criativa, culminando em imagens de violência ritual e atmosfera sufocante. É uma das entradas mais cinematográficas e impactantes do conjunto.
“Fun Size”: sátira, absurdos e horror corporal
Casper Kelly, conhecido pelo viral Too Many Cooks, dirige Fun Size, um curta que transforma o tradicional “pegue um doce” em um pesadelo. Um grupo de amigos ignora a regra e acaba preso em uma casa de horrores que transforma corpos humanos em guloseimas. A história combina humor negro, referências ao espírito de Halloween e uma estética visual caótica, conquistando risadas nervosas e repulsa em igual medida.
“Kidprint”: o horror mais sombrio da antologia
Alex Ross Perry, de Her Smell, assina Kidprint, um curta ambientado nos anos 1990 sobre uma loja que grava vídeos de crianças para fins de segurança. Quando várias delas desaparecem, a conexão com o estabelecimento se torna evidente. O curta é o mais desconfortável do filme, abordando temas de paranoia e exploração infantil com brutalidade explícita. Embora menos cômico que os demais, destaca-se pela densidade e pelo desconforto que provoca.
“Home Haunt”: encerramento com espírito de festa
A antologia termina com Home Haunt, de Micheline Pitt-Norman e RH Norman, sobre uma família que monta uma casa mal-assombrada em seu quintal. Quando o pai encontra um disco antigo para tocar na atração, entidades reais são libertadas, transformando o evento em um massacre sobrenatural. O curta une humor, nostalgia e caos em um final que amarra bem o espírito da coletânea e até dialoga visualmente com o primeiro segmento.

Um ponto alto para a franquia V/H/S
Com cinco curtas interligados por um tom consistente e uma visão unificada do Halloween, V/H/S: Halloween representa um dos momentos mais sólidos da série. Embora nem todos os segmentos tenham o mesmo impacto, o conjunto equilibra sátira e horror físico com inventividade visual. Paco Plaza e Anna Zlokovic entregam os episódios mais equilibrados, enquanto Fun Size e Home Haunt adicionam energia cômica e espírito de celebração ao terror.
Crítica de V/H/S: Halloween
Vale à pena assistir ao filme de terror no Prime Video?
V/H/S: Halloween reafirma o potencial da franquia para renovar o formato found footage, explorando o feriado mais popular do gênero com uma mistura de nostalgia e brutalidade. A variedade de abordagens e estilos faz do longa uma experiência irregular, porém vibrante, que mantém o espírito coletivo da série vivo. Com humor ácido, efeitos práticos e um olhar irônico sobre o medo e o consumo, o filme celebra o Halloween em sua forma mais caótica — e reforça que ainda há muito a ser explorado nesse universo antológico. Assista no Prime Video.