Crítica de Uma Mulher Sem Filtro (2025), estrelado por Fabíula Nascimento - fatos Crítica de Uma Mulher Sem Filtro (2025), estrelado por Fabíula Nascimento - fatos

Uma Mulher Sem Filtro (2025) | Crítica do Filme

O cinema brasileiro tem explorado cada vez mais histórias sobre mulheres em crise diante das pressões da vida moderna. Uma Mulher Sem Filtro, dirigido por Arthur Fontes e escrito por Tati Bernardi, segue essa linha, unindo comédia, crítica social e reflexões sobre o esgotamento mental. Estrelado por Fabíula Nascimento, o longa é uma adaptação do sucesso chileno Sin Filtro (2016) e chega aos cinemas com a proposta de rir das tensões cotidianas e, ao mesmo tempo, questioná-las. Leia a crítica do filme, disponível agora na Netflix:

Uma Mulher Sem Filtro

A protagonista e sua virada inesperada

Fabíula Nascimento interpreta Bia, uma publicitária que trabalha em uma revista feminista e vive à beira de um colapso emocional. Entre um marido acomodado (Emílio Dantas), um enteado grosseiro, uma amiga viciada em celular e um chefe que prefere contratar influenciadoras em vez de profissionais experientes, Bia acumula frustrações até o limite.

Tudo muda quando ela tem um encontro místico com a Deusa Xana (Polly Marinho), que a liberta de qualquer filtro social. A partir desse momento, Bia começa a dizer tudo o que pensa, independentemente das consequências. O resultado é uma sucessão de situações cômicas que lembram O Mentiroso (1997), mas com um olhar voltado à realidade brasileira contemporânea.

Humor e crítica social

O roteiro de Tati Bernardi mantém o humor ácido característico da autora, que combina sarcasmo e observação social. A transformação de Bia serve como metáfora para o cansaço coletivo diante do excesso de exigências — especialmente sobre as mulheres. O filme aborda o machismo cotidiano, o peso do trabalho emocional e as cobranças da vida digital, sem perder o tom leve da comédia.

Ao contrário de outras produções que buscam uma “volta ao normal” após o aprendizado, Uma Mulher Sem Filtro apresenta uma mudança definitiva na personagem. Bia não apenas aprende a se impor, mas redescobre a própria voz e se reconecta com o que há de mais humano em si. Essa abordagem reforça o simbolismo da libertação feminina em um contexto ainda dominado por padrões patriarcais.

Crítica de Uma Mulher Sem Filtro (2025), estrelado por Fabíula Nascimento

Atuações e dinâmica de elenco

Fabíula Nascimento conduz o filme com naturalidade, equilibrando exagero e sensibilidade. Sua Bia é uma mulher real, dividida entre o impulso de reagir e a culpa por fazê-lo. O elenco de apoio contribui para o tom satírico da narrativa: Caito Mainier dá leveza ao chefe machista, Samuel de Assis subverte a imagem de mocinho ao interpretar um ex-namorado manipulador, e Camila Queiroz surpreende como uma influenciadora que ganha complexidade ao longo da trama.

Crítica: Vale à pena assistir Uma Mulher Sem Filtro na Netflix?

Entre a sátira e o manifesto

Embora algumas repetições enfraqueçam o ritmo na segunda metade, o longa mantém coerência com sua proposta. A sátira serve como espelho das pequenas violências cotidianas que se acumulam até o limite do suportável. O filme evita transformar sua protagonista em heroína exemplar, preferindo retratá-la como alguém que se permite falhar, chorar e se reconstruir.

No fim, Uma Mulher Sem Filtro entrega uma comédia que diverte e, ao mesmo tempo, lança um olhar crítico sobre o papel da mulher contemporânea. É um retrato de como o humor pode ser ferramenta de resistência e de reencontro com a própria liberdade. Assista na Netflix.