A Netflix abre sua temporada de filmes natalinos com Um Natal Ex-Pecial (A Merry Little Ex-Mas), comédia romântica dirigida por Steve Carr e escrita por Holly Hester. O longa reúne nomes marcantes dos anos 1990, como Alicia Silverstone (As Patricinhas de Beverly Hills) e Melissa Joan Hart (Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira), e aposta em uma mistura de nostalgia e dramas familiares para retratar o fim de um casamento em plena época de festas. Confira a crítica:
Um Natal marcado por despedidas e constrangimentos
A trama acompanha Kate (Alicia Silverstone), uma arquiteta que abriu mão da carreira para viver com o marido, Everett (Oliver Hudson), em uma cidade pequena e coberta de neve, cenário típico dos filmes natalinos. Após anos de rotina e ressentimentos acumulados, o casal decide se divorciar, mas resolve passar um último Natal juntos antes da separação definitiva. A situação se complica quando Everett apresenta sua nova namorada, Tess (Jameela Jamil), enquanto Kate tenta manter o espírito natalino diante das tensões familiares.
Logo no início, o filme apresenta a história do casal por meio de uma animação que resume anos de casamento em poucos minutos. É um recurso eficiente para situar o público antes do reencontro constrangedor que dá o tom da narrativa. O roteiro de Hester se concentra nas consequências emocionais da separação e no esforço de manter as aparências durante o feriado — uma escolha que adiciona um toque realista ao gênero, ainda que a condução oscile entre o drama e o humor romântico.
Um elenco que desperta nostalgia
Um dos atrativos de Um Natal Ex-Pecial está na reunião de Alicia Silverstone e Melissa Joan Hart, ícones da cultura pop dos anos 1990. Elas interpretam melhores amigas, e suas cenas juntas funcionam como momentos de respiro dentro da história. Hart também atua como produtora e contribui para a atmosfera acolhedora que o filme tenta construir, mesmo sem ter muito espaço em tela.
Pierson Fodé se destaca como Ched, o novo interesse amoroso de Kate, cuja leveza contrasta com as inseguranças do casal principal. Já Jameela Jamil e Oliver Hudson encarnam o típico dilema das comédias natalinas: o medo de recomeçar e a dificuldade em aceitar o fim de um relacionamento.
Entre o romance e o recomeço
O roteiro propõe uma reflexão sobre como o divórcio afeta não apenas o casal, mas toda a dinâmica familiar. As tentativas de Kate de manter a harmonia, mesmo diante da nova parceira do ex-marido e da distância dos filhos, revelam uma protagonista em busca de identidade após anos de dedicação à família. Contudo, o desenvolvimento do romance central acaba diluído, e o final, previsível, reforça os dilemas do gênero.
Apesar disso, o filme encontra força nas situações desconfortáveis e nas pequenas interações que expõem o constrangimento das festas em família. Quando explora o pós-divórcio com honestidade, Um Natal Ex-Pecial alcança seus melhores momentos.
Crítica de Um Natal Ex-Pecial: vale à pena assistir ao filme na Netflix?
Um retrato natalino para a geração dos anos 1990
Visualmente, o filme cumpre todas as expectativas do público que busca um clima natalino: ruas cobertas de neve, casas iluminadas e figurinos coloridos. A ambientação filmada em Ontário, no Canadá, reforça o apelo visual tradicional da Netflix para suas produções de fim de ano.
Para quem cresceu acompanhando Silverstone e Hart, Um Natal Ex-Pecial funciona como uma reunião afetiva e como um lembrete das transformações da vida adulta. Ainda que o romance não convença por completo, o longa acerta ao mostrar que nem todo fim precisa ser amargo — e que, às vezes, o verdadeiro espírito de Natal está em aceitar as mudanças e seguir em frente.