O quarto episódio da terceira temporada de Tulsa King, intitulado Olhando pro Perigo (assista), marca um ponto de virada para Dwight Manfredi (Sylvester Stallone) e sua equipe. A série do Paramount+, criada por Taylor Sheridan, chega à metade da temporada misturando dilemas morais, disputas familiares e novos esquemas criminosos — tudo embalado por uma tensão crescente que ameaça derrubar o império construído pelo protagonista. Confira a crítica e recapitulação do episódio 4.
Recapitulação do episódio 4 da temporada 3 de Tulsa King
O desaparecimento do bourbon e a crise de confiança
O episódio começa com Dwight em fúria controlada após descobrir o desaparecimento de US$ 150 milhões em bourbon. A calmaria aparente esconde um turbilhão de raiva. O chefe do submundo de Tulsa não explode; ele calcula. A perda financeira representa mais do que dinheiro — é um ataque direto à autoridade e à credibilidade do “General”.
Tyson (Jay Will) é quem recebe a missão de consertar o desastre. A relação dele com o pai ganha destaque neste capítulo, mostrando o amadurecimento do personagem e a tentativa de se firmar como parte essencial do grupo. As conversas entre os dois funcionam como contraponto à brutalidade dos negócios, explorando o tema central da temporada: até onde a lealdade pode ir quando a família e o poder entram em conflito.
Enquanto isso, Bill (Frank Grillo) descobre o roubo e exige reação imediata. Dwight tenta conter a sede de vingança, mas a situação foge do controle — o confronto termina com um corpo no chão, em um dos momentos mais sombrios do episódio. O equilíbrio entre estratégia e impulso parece cada vez mais frágil dentro da equipe.
Quiet Ray e a ameaça silenciosa
A presença de Quiet Ray (James Russo) continua crescendo. O mafioso nova-iorquino observa de longe os passos de Dwight, e sua influência se espalha por meio de manipulações sutis. Sua conversa com Bill, feita sob o pretexto de uma aliança, deixa claro que ele planeja enfraquecer o protagonista por dentro.
Essa teia de traições e desconfianças se torna o motor do episódio. Dwight, pressionado por Musso (Kevin Pollak), que exige informações em troca de liberdade, vê-se encurralado por todos os lados — pelo FBI, pelos rivais locais e agora pelos antigos aliados. O personagem de Stallone, antes visto como inabalável, começa a mostrar rachaduras.
Bodhi e Grace entram no jogo da IA
Enquanto os veteranos do crime enfrentam dilemas tradicionais, Bodhi (Martin Starr) e Grace (McKenna Quigley Harrington) mergulham em uma subtrama que traz um tom moderno à série: um golpe digital com uso de inteligência artificial. A ideia de criar um “guru do bourbon” virtual para manipular o mercado é engenhosa e perigosa, refletindo a obsessão contemporânea por aparências e curtidas.
A leveza cômica desse núcleo contrasta com o clima tenso das tramas principais, mas também antecipa uma possível tragédia. O episódio planta a semente de um problema maior, mostrando como as ações digitais de Bodhi podem se tornar uma bomba-relógio dentro do império de Dwight.
O impasse Montague e o sacrifício de Jeremiah
No outro extremo da narrativa, Jeremiah Dunmire (Robert Patrick) e seu filho Cole (Beau Knapp) travam uma guerra silenciosa contra Dwight pela posse da destilaria. O conflito familiar ganha tons trágicos quando Jeremiah decide sacrificar o próprio filho em nome do legado. A troca de prisioneiros e o confronto em torno dos barris roubados transformam o bourbon em símbolo de poder e redenção.
A tensão culmina quando Dwight e sua equipe conseguem recuperar os barris, deixando Jeremiah arruinado. A cena é um dos pontos altos do episódio, misturando violência, lealdade e desespero — temas centrais que sempre sustentaram Tulsa King.
Margaret e Thresher: alianças perigosas
Fora do campo de batalha, Margaret (Dana Delany) tenta equilibrar sentimentos e ambição política. Seu encontro com Cal Thresher (Neal McDonough) adiciona uma nova camada ao jogo de poder. Ela oferece ajuda à campanha dele em troca de benefícios políticos, enquanto mantém um relacionamento emocional com Dwight.
Essa aliança arriscada ameaça a estabilidade do protagonista, que percebe o perigo, mas tenta manter o controle. A relação entre Dwight e Margaret, que mistura afeto e estratégia, revela um lado mais humano do mafioso — ao mesmo tempo em que o expõe a novos riscos.
O final do episódio 4 da 3ª temporada de Tulsa King explicado
O episódio termina com Dwight recuperando parte do controle, mas perdendo o domínio sobre as pessoas ao seu redor. Quiet Ray prepara sua traição, Margaret faz jogadas políticas que podem comprometê-lo, e Bodhi cria um esquema digital prestes a ruir.
O título “Staring Down the Barrel” (Encarando o Cano) resume bem o estado atual do personagem: cada decisão o coloca mais próximo de uma arma apontada para si mesmo. O poder, que antes parecia absoluto, começa a desmoronar sob o peso da lealdade quebrada e das alianças frágeis.
Dwight ainda é o “rei” de Tulsa, mas a coroa está escorregando. O episódio deixa claro que os próximos capítulos devem explorar as consequências dessas escolhas — e a possibilidade de o império ruir de dentro para fora.
Crítica do episódio 4 de temporada 3 de Tulsa King
E o que esperar do episódio 5?
O quarto episódio da terceira temporada de Tulsa King mantém a mistura característica de drama criminal e crítica social, com Stallone mostrando um Dwight dividido entre o pragmatismo da máfia e a vulnerabilidade humana. O roteiro de Dave Erickson constrói um capítulo equilibrado, em que cada subplot — do golpe de IA às intrigas políticas — serve para ampliar o cerco ao protagonista.
Mais do que uma simples história de gângsteres, Tulsa King segue investigando o custo do poder e da sobrevivência em um mundo onde até os chefes precisam se curvar às novas regras do jogo. O episódio 4 deixa o público preparado para um segundo ato em que nada parece garantido — nem mesmo para o próprio rei.
Confira abaixo o trailer do episódio 5 da série, intitulado “On The Rocks”, que estreia no próximo domingo, dia 19 de outubro de 2025, no Paramount+.