Os episódios 8 e 9 de Tudo é Justo (All’s Fair) encerram a primeira temporada da série criada por Ryan Murphy com uma virada dramática que altera a dinâmica entre as protagonistas e aponta para novos conflitos já confirmados para a segunda temporada. A reta final intensifica a disputa moral e emocional entre as personagens, especialmente à medida que Carr ganha cada vez mais espaço dentro e fora da firma. A seguir, confira a recapitulação completa e a crítica dos dois capítulos finais, já disponíveis no Disney+.
Recapitulação do final de Tudo é Justo
Como Carr desmonta a confiança do grupo
O episódio 8 começa revelando uma mudança importante: Dina é oficializada como sócia da firma, mas atuando como mentora. Com isso, a equipe precisa escolher rapidamente uma quarta sócia — e, surpreendentemente, o nome que surge é justamente Carr, até então tratada como rival direta de Allura e das demais. A justificativa é frágil, mas o roteiro usa essa escolha para provocar tensão em um momento em que Walton, acusado de assediar Emerald, é encontrado morto. O detetive Morrow confirma que não se trata de suicídio: o corpo apresenta sinais de agressão, fazendo de Emerald a principal suspeita.
O álibi de Liberty também é colocado em dúvida, o que força Dina a intervir. Em uma cena rápida, ela negocia com o detetive um acordo que limita novas investigações até que ele apresente um mandado. É um momento que reforça o talento jurídico de Dina, mas que também antecipa o problema: esse acordo impulsivo seria usado contra ela mais tarde.
Logo depois, o grupo viaja para Londres para um desfile de moda. A viagem tem o objetivo de reaproximar Liberty, que ainda tem resistência em aceitar Carr como candidata à vaga na firma. É ali que Dina conta que Carr encontrou o pai morto quando era criança — informação que humaniza a personagem apenas o suficiente para abrir uma brecha na defesa de Liberty.
Paralelamente, Carr retoma a relação com Chase, incentivada pelo ex-marido, usando o caso clínico dele como ponto de aproximação. Enquanto Allura tenta reconstruir seu relacionamento com Chase, ela descobre que ele e Carr voltaram a se envolver. O conflito escala até que a própria Carr surge para a entrevista na firma vestida exatamente como Allura, num gesto simbólico que explicita seu jogo psicológico.
Ainda assim, Carr demonstra competência profissional e vence o caso apresentado na entrevista. Sua postura alimenta a dúvida sobre suas intenções, mas o episódio termina deixando claro que ela nunca abandonou o plano de se infiltrar no escritório para destruí-lo por dentro — especialmente após ser rejeitada emocionalmente por Chase.
A manipulação atinge o ápice no episódio final de Tudo é Justo
O episódio 9 aprofunda esse comportamento. Carr surge em sessão de terapia admitindo pensamentos violentos, mas descarta a terapeuta assim que percebe que pode aproveitar a situação para manipular Liberty. Ela presenteia a colega com um prato de porcelana da Princesa Diana, conquistando sua confiança e explorando suas inseguranças, especialmente relacionadas ao casamento.
Enquanto Liberty lida com a crise pessoal e com a descoberta de que seu noivo esconde problemas financeiros, Carr avança sobre Dina. Em uma visita ao escritório, ela tenta um almoço previamente marcado, mas Dina — visivelmente abalada — a confronta, afirmando que sabe que Carr é uma ameaça. A discussão termina com Carr jogando vinho no rosto de Dina, que simplesmente se afasta.
Em seguida, Carr procura Allura com uma série de mensagens que supostamente teriam sido enviadas por Dina, insinuando comportamento instável, pensamentos suicidas e arrependimento religioso ligado aos divórcios que a firma conduz. As mensagens são estranhas e destoam completamente do histórico da personagem, mas o suficiente para gerar dúvida no grupo.
É nesse momento que Liberty cancela seu casamento, reforçando o clima de ruptura emocional que domina o episódio.
A queda de Dina e o golpe final
Na sequência, as protagonistas confrontam Dina para verificar as acusações. O encontro reúne Allura, Emerald, Liberty e a própria Carr. Dina, frágil emocionalmente após a morte de Doug, tenta se explicar, mas é interrompida quando a empregada doméstica surge afirmando que foi agredida por ela. Em um novo golpe psicológico, Carr menciona a agressão com o vinho, que Dina nega, mas sem testemunhas, a palavra dela perde peso rapidamente.
Isolada e sob intensa pressão emocional, Dina entra em colapso, afirmando que não lembra de tudo o que aconteceu. A partir daí, o pior se confirma: o detetive Morrow surge com um mandado e dá voz de prisão à advogada pelo assassinato de Walton, agora que as provas circunstanciais apontam na direção dela.
O episódio termina com Carr riscando o nome de Dina de seu caderno — um gesto que evidencia que toda a construção da queda da colega fazia parte de um plano maior, ainda não totalmente revelado.
Crítica dos episódios 8 e 9 de Tudo é Justo
Um desfecho intenso que redefine a série
Os episódios 8 e 9 de Tudo é Justo encerram a temporada deslocando o foco da trama para a disputa psicológica interna entre as protagonistas, especialmente através de Carr, cuja influência cresce até transformar o escritório. O final deixa em aberto o destino de Dina e amplia o arco de manipulação que deve se intensificar na segunda temporada.
A série encerra a temporada com tensões acumuladas, personagens fragmentadas e novos mistérios — uma estratégia típica de Ryan Murphy, que prepara terreno para reviravoltas ainda maiores no próximo ano.