O terceiro episódio de Tudo é Justo (All’s Fair), série estrelada por Eva Longoria no Disney+, intitulado “Eu Quero Vingança”, amplia as tensões emocionais e éticas que movem a trama. Enquanto o escritório de advocacia segue resolvendo casos de mulheres em situações de abuso e desigualdade, as protagonistas enfrentam dilemas pessoais que testam seus próprios limites — especialmente Allura, que toma uma decisão que pode mudar tudo. Confira a crítica e resumo do que rolou no episódio 3 da série:
Recapitulação do episódio 3 de Tudo é Justo
Eu Quero Vingança e a busca por juventude e controle
O episódio 3 se inicia com Allura compartilhando com as colegas Dina, Emerald e Liberty o plano de se vingar de Chase, seu ex-marido, por meio de uma série de procedimentos estéticos. A conversa se transforma em um debate sobre envelhecimento, autoimagem e pressão social. Dina defende o envelhecimento natural, enquanto Emerald e Liberty acreditam que cada mulher deve fazer o que for necessário para se sentir bem. A cena introduz uma das temáticas centrais do episódio: a forma como as mulheres são levadas a acreditar que o valor pessoal está ligado à aparência.
Essa introdução, em tom leve e sarcástico, ecoa críticas contemporâneas à cultura das celebridades e ao culto da juventude — uma alusão direta a figuras reais da mídia que transformaram a cirurgia estética em estilo de vida.
Um novo caso e ecos de abuso em All’s Fair
A trama avança com a chegada de uma nova cliente, Lee-Ann, que busca ajuda das advogadas. Ela revela ter sido casada com Tommy, um astro pop que, além de traí-la, a pressionou a se submeter a cirurgias plásticas com um médico sem licença. O caso se torna um espelho das próprias contradições das protagonistas: enquanto defendem a autonomia feminina, também enfrentam seus próprios medos e inseguranças sobre envelhecer, amar e perdoar.

A escolha dos nomes dos personagens — Lee-Ann e Tommy — não passa despercebida. A referência a Pamela Anderson e Tommy Lee reforça o caráter satírico da série, que constantemente se inspira em escândalos reais de Hollywood para comentar sobre poder, gênero e exposição pública.
A dor pessoal de Allura e a doença de Douglas
Paralelamente, Allura descobre que seu ex-marido Chase está envolvido com Maria Coulatis, uma mulher trans e ex-trabalhadora sexual. A notícia a abala profundamente, revelando que ela ainda não superou a traição. Já Douglas, marido de Dina, enfrenta um diagnóstico grave: o câncer se espalhou e o tempo dele está chegando ao fim. O contraste entre o drama médico e o conflito amoroso evidencia o tom multifacetado da série, que transita entre comédia, crítica social e melodrama jurídico.
Justiça, chantagem e novos limites
Enquanto isso, as advogadas enfrentam Tommy no tribunal. Elas apresentam provas de que ele coagiu Lee-Ann a fazer cirurgias e desviou bens para contas em Dubai. A vitória é momentânea, mas serve de pano de fundo para outro embate: Dina confronta Carrington, advogada rival de Chase, que exige pensão milionária e usa informações pessoais para manipular a situação.
Durante a conversa, Carrington revela que Chase não pretende liberar os embriões congelados do casal, insinuando que Allura “nunca será mãe”. A fala cruza uma linha sensível e prepara o terreno para a sequência mais decisiva do episódio.

A raiva, a vingança e a linha entre o certo e o errado em Tudo é Justo
Após descobrir que Lee-Ann atacou o marido jogando ácido em seu rosto, Allura e suas colegas discutem como a raiva feminina, quando reprimida, pode se manifestar de maneira destrutiva. Liberty e Emerald aconselham Allura a lidar com sua própria fúria antes que ela a domine — um prenúncio claro da ação que ela tomará a seguir.
Mais tarde, Allura visita Milan, que está grávida e decidida a criar o bebê sozinha. O encontro desperta memórias do desejo de maternidade que Allura sempre teve. Em um momento de impulso e desespero, ela falsifica a assinatura de Chase e autoriza a transferência do embrião sem seu consentimento.
O episódio termina com Allura na mesa de procedimento médico, relembrando seus votos de casamento enquanto o médico inicia o processo. A imagem é simbólica: uma mulher tentando recuperar o controle da própria vida, mas cruzando um limite ético que pode ter consequências irreversíveis.
Crítica do episódio 3 de Tudo é Justo
Sobre escolhas e consequências
“Eu Quero Vingança” é um dos episódios mais densos de Tudo é Justo até o momento. A série, que mistura drama e crítica social, continua explorando temas ligados ao corpo feminino, à autonomia e às dinâmicas de poder entre gêneros. A escolha de Allura de falsificar documentos para garantir seu direito à maternidade sintetiza o conflito central da trama: até que ponto é justo tomar o controle quando o sistema é injusto?
A série tem conseguido equilibrar momentos de humor com discussões sobre moralidade e empoderamento, sem abrir mão da tensão dramática. O episódio encerra com a sensação de que o ciclo de vingança de Allura está apenas começando, e que as linhas entre justiça e transgressão ficarão cada vez mais tênues.