Diretor Ruben Fleischer (Zumbilândia) mantém o charme e amplia o universo dos Cavaleiros
Após quase uma década de espera, os Quatro Cavaleiros estão de volta em Truque de Mestre: O 3º Ato (Now You See Me: Now You Don’t, 2025), novo capítulo da franquia que mistura mágica, assaltos elaborados e doses de humor afiado. Dirigido por Ruben Fleischer (Zumbilândia), o longa aposta na expansão do universo dos ilusionistas e apresenta uma nova geração de mágicos que promete renovar a energia da série. Confira a crítica do filme:
Um retorno em grande estilo
O filme se passa alguns anos após os eventos do segundo capítulo, reunindo novamente J. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), Merritt McKinney (Woody Harrelson), Jack Wilder (Dave Franco) e Henley Reeves (Isla Fisher), que retorna após ficar de fora da sequência de 2016. A nova missão dos Cavaleiros os coloca frente a frente com uma poderosa executiva do setor de diamantes, Veronika Vanderberg (Rosamund Pike), cuja empresa é acusada de lavar dinheiro por meio de pedras preciosas.
O golpe da vez envolve o roubo do lendário Diamante Coração, mas o plano ganha uma dimensão inesperada quando os veteranos cruzam caminho com três jovens mágicos — Charlie (Justice Smith), Bosco (Dominic Sessa) e June (Ariana Greenblatt). Admiradores dos Cavaleiros originais, eles usam suas habilidades para expor criminosos e redistribuir riquezas, numa proposta de mágica voltada à justiça social.
Velha guarda e nova geração em Truque de Mestre: O 3º Ato
Essa fusão de gerações serve como o principal combustível narrativo de Truque de Mestre: O 3º Ato. O roteiro de David Koepp e Eric Warren Singer explora as rivalidades entre os grupos, equilibrando a irreverência dos veteranos com o entusiasmo dos novatos. Eisenberg mantém o protagonismo com um Daniel Atlas mais afiado, enquanto Harrelson volta a divertir como o mentalista sarcástico Merritt.
Entre os recém-chegados, Ariana Greenblatt e Justice Smith trazem boa química, especialmente nas cenas em que a equipe precisa se unir para invadir a mansão de Veronika, um cenário repleto de armadilhas, ilusões de ótica e ambientes invertidos que remetem à estética de M.C. Escher. É uma sequência que sintetiza bem o espírito da franquia: a mistura entre espetáculo visual e truques impossíveis que desafiam a lógica.
Ritmo ágil e visual engenhoso
Com Fleischer no comando, a franquia mantém o tom de entretenimento leve e frenético. O diretor aposta em cortes rápidos, cenas coreografadas e até uma inesperada corrida de motocross, sem deixar de lado o humor que caracteriza os personagens. A trilha sonora de Brian Tyler retorna para reforçar o ritmo e a atmosfera de espetáculo, contribuindo para o clima de show de ilusionismo em escala global.
Rosamund Pike assume o posto de vilã com elegância e teatralidade, enquanto Morgan Freeman volta como Thaddeus Bradley, figura ambígua que mais uma vez parece saber mais do que revela. O elenco ainda conta com Lizzy Caplan, integrando os Cavaleiros em uma estrutura mais ampla que prepara terreno para um quarto filme.
Crítica: vale à pena assistir Truque de Mestre: O 3º Ato no cinema?
Um truque que ainda funciona
Truque de Mestre: O 3º Ato não tenta reinventar a fórmula, mas reafirma o que tornou a franquia um sucesso: o charme dos personagens, os truques de mágica extravagantes e o ritmo que não deixa o público piscar. Embora a profundidade dramática continue limitada, o filme entrega o que promete — um espetáculo de ilusão e entretenimento que brinca com a própria ideia de enganar os sentidos.
Com a Lionsgate já planejando Truque de Mestre 4, este terceiro ato se encerra como um capítulo que mantém a magia viva, combinando nostalgia e renovação em medidas equilibradas.