Togo (2019) Crítica do Filme estrelado por Willem Dafoe Togo (2019) Crítica do Filme estrelado por Willem Dafoe

Togo (2019) | Crítica do Filme

Disponível na Netflix e no Disney+, Togo (2019), dirigido por Ericson Core e estrelado por Willem Dafoe, revisita a conhecida “corrida do soro” no Alasca sob uma perspectiva íntima. O filme constrói sua força a partir da relação entre o musher Leonhard Seppala e o cão que dá título à obra, reconstruindo momentos essenciais para compreender por que essa dupla se tornou referência na história do trenó puxado por cães. Confira a crítica:

A trama do filme

A narrativa aposta em duas linhas temporais. No passado, o roteiro de Tom Flynn mostra o filhote Togo tentando provar seu valor dentro do canil de Seppala. O animal é considerado pequeno para acompanhar a equipe e chega a ser isolado para evitar distrações. No entanto, a insistência do cão e sua capacidade de superar pequenas barreiras estabelecem a base emocional da história. Esses trechos funcionam para explicar como surgiu a parceria que, anos depois, seria decisiva para a travessia mais arriscada da vida de Seppala.

No presente da narrativa, o filme acompanha a missão de transportar o soro necessário para conter um surto que ameaça crianças na pequena Nome. A jornada destaca o risco de atravessar um Alasca instável, com clima imprevisível e rotas que mudam rapidamente. Ericson Core, que também assina a direção de fotografia, investe em sequências de ação concentradas na tensão da travessia, como a famosa corrida sobre placas de gelo em constante ruptura. Esses momentos evidenciam as habilidades técnicas da produção ao combinar efeitos visuais com a fisicalidade dos cães.

Core utiliza um recurso visual recorrente: as bordas suavizadas da imagem. A escolha remete a lentes antigas e reforça a sensação de estar acompanhando um relato histórico. O efeito direciona o olhar para os elementos centrais de cada enquadramento, seja a expressão de Dafoe, seja o trabalho dos animais. O resultado cria um estilo que dialoga com o espaço de exibição em streaming, no qual texturas e contrastes podem ganhar nova leitura.

A relação entre Seppala e Constance, vivida por Julianne Nicholson, surge como contraponto dramático. O casal discute a presença de Togo no canil e, mais tarde, o risco da viagem. Embora o filme não explore profundamente esses conflitos, eles contribuem para contextualizar as decisões tomadas ao longo da trama e reforçam o impacto da missão no cotidiano da família.

Togo (2019) Crítica do Filme estrelado por Willem Dafoe

Crítica: vale à pena assistir ao filme Togo?

Willem Dafoe conduz o papel com foco na resistência física e emocional do personagem. Um dos pontos altos é o monólogo murmurado durante a travessia sobre o gelo, que reforça a conexão entre homem e equipe. Já Togo, interpretado por cães treinados e complementado por efeitos digitais em determinadas cenas, ganha espaço narrativo próprio. A construção permite que o espectador acompanhe a trajetória do animal como protagonista, não apenas como auxiliar da ação.

Togo se firma como um relato sobre parceria e sobrevivência. Ao recontar um episódio marcante do Alasca, o filme destaca a importância dos cães de trenó e o papel histórico da equipe liderada por Seppala. A produção encontra equilíbrio entre reconstrução biográfica e entretenimento, oferecendo ao público uma leitura clara e acessível desse evento que marcou o início do século XX.