Em narrativa silenciosa, HQs The Witch Who Loved apresenta dois contos de horror que se unem e brinca com o conceito de belo e desesperador
Na semana em que iremos comemorar o dia do quadrinho nacional (dia 30 de janeiro), aproveitarei para fazer criticas de HQs nacionais que vocês precisam conhecer, como é o caso de The Witch Who Loved!
Para quem acompanha as minhas redes sociais, já sabem que tenho abraçado o projeto 365 HQs, onde faço uma análise de forma rápida e sem me aprofundar tanto, pois busco esse aprofundamento aqui nas criticas que faço para o CosmoNerd. E quem tem acompanhado, sabe que eu estou maravilhado com o trabalho dessa quadrinista que é a Ju Loyola. E na CCXP de 2018, tive o prazer e a oportunidade de conhecer o trabalho dela e ainda entrevista-la para o nosso canal no Youtube.
Uma das grande peculiaridades dessas HQs é a forma que a Ju buscou para contar a historia dessa bruxa maquiavélica. Ela é toda em narrativa silenciosa e, como visto na entrevista, a Ju é deficiente auditiva e pensou como narrativas podem ser adaptadas, mudadas e nos brindou com dois baita contos.
Em The Witch Who Loved Vol. 01, um grupo de amigos estão perdidos em uma floresta obscura e antiga e sabemos como esses lugares costumam guardar seres maliciosos e tenebrosos! O amigos acabam se afastando e um deles, um jovem, acaba sofrendo uma queda e ferindo-se no processo. Ele então é ajudado por uma bela e enigmática jovem, com seu olhar cheio de doçura e candura, ela resgata e cuida do rapaz. Um elo cria-se entre os dois, mas por trás de tanta candura e amor, pode esconder algo cheio de pavor e portador de uma fome voraz.
No segundo volume, viajamos ao passado, onde um jovem e indiferente guerreiro, sobrevive a uma árdua batalha, apenas ele e um amigo de armas conservaram-se vivos. O guerreiro está cansado e sujo de sangue de seus inimigos, e resolve lavar-se nas águas de um rio, que fica próximo ao lugar da grande batalha. Eis que nas águas do rio, surge nossa conhecida jovem de rosto cativante e cabelos negros.
O guerreiro fica intrigado e assustado com a aparição, mas cria esse elo também com a moça. E ao partir, a imagem deste ser sobrevoa sua mente, seus sonhos, escondida nos recantos mais sombrios e profundos. Alguém assim pode te fazer perder a cabeça…
É impressionante como o traço da Ju consegue migrar do fofo e singelo, cheio de amor e ternura, para um momento de puro Horror, com traços assustadores mostrando de forma fluida a migração entre as duas personalidades dessa jovem bruxa. Narrativa visual maravilhosamente agradável, que só me faz temer as florestas e seus segredos mais antigos.
Conheçam mais do trabalho da Ju Loyla.