The Battle at Kemble’s Cascade | Review

Jogos de Tabuleiro podem conseguir sua inspiração de diversas fontes diferentes, e uma das fontes que está inspirando muito os board games atualmente são jogos de videogame. É engraçado que os jogos analógicos são bem mais antigos que os jogos digitais (alguns milhares de anos), mas essa inversão de valores está trazendo bons frutos. Um bom exemplo que vou trazer hoje é o The Battle at Kemble’s Cascade (que nome grande!), um jogo que se inspira nos clássicos “joguinhos de nave” e traz uma experiência bem tática e imersiva.

Em Kemble’s Cascade, os jogadores interpretam os papéis de pilotos de nave dispostos a atravessar o universo em busca de destruir oponentes para conseguir glória (a história não importa mesmo, quem se importava com história nesses jogos de nave?). Os jogadores vão enfrentar naves inimigas, desviar de asteroides e buracos negros e atirar nos outros personagens, tudo para poder enfrentar o chefão no fim da partida.

Jogabilidade

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Kemble’s Cascade é um jogo competitivo onde os jogadores se movem no mapa usando pontos de ação e conseguindo pontos de vitória de diversas maneiras. A jogabilidade básica do jogo é a seguinte, cada jogador tem duas cartas de iniciativa no início de cada rodada, aquele que jogar a carta maior poder agir primeiro e tem direito a duas ações:

Combater: Essa ação permite ao jogador se move e atirar usando as armas que preferir, o jogador só tem 1 ação de cada por turno mas pode conseguir mais dando uma sobrecarga em sua nave, o problema é que essa sobrecarga causa danos. O jogador precisa analisar se vale a pena explodir alguns compartimentos para ganhar ações extra naquele turno.

Recarregar: Se o jogador sentir que está precisando se recuperar um pouco , ele pode recuperar life e comprar equipamentos, mas não vai poder agir nesse turno.

Uma das principais mecânicas interessantes do jogo é o sistema de “Ameaça” criado. Os inimigos e obstáculos nunca causam dano automático nos jogadores, no lugar disso eles aumentam o nível de ameaça da nave. Na próxima rodada, para cada movimento que o jogador fizer, ele diminui desse nível de ameaça, o que sobrar ai de dano para a nave. Isso serve para emular o combate frenético em tempo real dos jogos digitais, é como se todas as ações acontecessem ao mesmo tempo. Essa mecânica pode parecer um pouco confusa de início mas com um tempo os jogadores vão bolando várias estratégias usando isso.

Por falar nisso, quando os jogadores já estão familiarizados com as regras, Kemble’s Cascade vira um jogo extremamente tático. Como as ações são escassas, os jogadores precisam decidir bem para onde vão se mover e em quem atirar, para otimizar o máximo possível dos pontos de vitória. Atirar no coleguinha é sempre uma opção, mas o jogo faz bem em tornar essa ação não tão interessante para o jogador, se não a partida seria somente um deathmatch sem se preocupar com os inimigos do cenário.

Além do combate, o jogo também disponibiliza algumas missões como se fossem “achievments” que os jogadores lutam para conseguir primeiro que os outros e poder ganhar pontos de vitória. Outras formas de ganhar pontos ou cartas especiais é se movendo para áreas específicas do mapa modular. Esse tipo de opção dá motivações diferentes para os jogadores fazerem durante a partida no lugar de ficar só atirando no que se move, dando opções mais estratégicas onde o jogador vai ter que decidir qual ação vai lhe dar mais pontos ou vai ser útil no futuro.

Apresentação

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Apesar de ter mecânicas bem consistentes e ser um jogo divertido. Acredito que o jogo brilha em sua apresentação. Para começar, a caixa lembra um Arcade antigo e possui até rasgões na caixa para lembrar cartuchos, além disso, o manual segue um estilo retrô de manuais de jogos digitais vintage, é um trabalho muito bonito.

Quando vamos para os componentes em si, nos maravilhamos com um pixel art bem decente, estilo que não é comumente visto em jogos de tabuleiro. Os personagens, armas e inimigos são bem feitos e trazem muito essa imersão de estar dentro de um jogo digital antigo. O sistema da tela andando e empurrando os jogadores é muito bem feito e prático, é um pouco complicado de explicar em palavras, mas é como se cada fila de inimigos ficasse em uma esteira que você pode facilmente tirar e organizar para quando surgir uma nova “tela”.

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Tudo é muito lindo mas o momento épico é quando chegam os Boss, os designers tiveram uma ideia simples mas muito bem executada de fazer os chefes com várias cartas momando um enorme épico inimigo com mais de um lado algumas vezes, trazendo totalmente essa experiência de enfrentar um gigante inimigo para o jogo. É um momento de clímax no jogo.

Veredicto

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The Battle at Kembles Cascade tinha o objetivo de trazer os jogos digitais de nave para as mesas de jogos mas, ele não só conseguiu isso como também acabou gerando um ótimo jogo de tabuleiro tático com elementos tanto de Ameritrash como Eurogame. Quase não existe sorte no jogo, grande parte dos acontecimentos do jogo vai das escolhas dos jogadores. A sorte aqui acontece antes da tomada de decisão, o jogo lhe apresenta um cenário e você vai passar dele da melhor forma possível usando o que você tem. A rejogabilidade é boa pois o jogo vem com diversos inimigos aleatórios cada partida, diferentes chefes e modos de jogo.

Como pontos a melhorar acredito que o jogo poderia ter mais upgrades para sua nave, a quantidade de armas e equipamentos novos é pequena e não varia de jogo para jogo, ou seja, o jogador pode sempre fazer a mesma build e ter sempre uma nave igual. Se os personagens também tivessem habilidades próprias também seria bom para melhorar a rejogabilidade e diferenças no modo com que cada jogador joga, mas isso geralmente é difícil de balancear. Esses pequenos problemas em nada diminuem a diversão do jogo e fica aqui uma dica: na primeira vez que joguei não curti muito mas na segunda partida já me diverti bastante, então se possível dê mais de uma chance.

Duração da Partida: Aprox. 1h30min.
Número de Jogadores: 1-5
Vende no Brasil? Não ?
Preço Aprox.: $54,00