Terror em Shelby Oaks (2025) - Crítica, Fatos e Curiosidades do Filme Terror em Shelby Oaks (2025) - Crítica, Fatos e Curiosidades do Filme

Terror em Shelby Oaks (2025) | Crítica do Filme de Terror

Em Terror em Shelby Oaks (Shelby Oaks, 2025), o crítico e youtuber Chris Stuckmann faz sua aguardada estreia na direção de longas-metragens. Produzido por Mike Flanagan e financiado por meio de uma campanha no Kickstarter, o filme chega aos cinemas impulsionado pelo clima de Halloween e pelo interesse de fãs que acompanharam sua jornada do YouTube para Hollywood. O resultado, no entanto, é uma experiência que revela tanto o amor de Stuckmann pelo gênero quanto suas limitações em equilibrar homenagem e inovação. Confira a crítica do filme:

A história de Shelby Oaks

O longa acompanha Mia (Camille Sullivan), uma mulher que há 12 anos busca respostas sobre o desaparecimento de sua irmã, Riley Brennan (Sarah Durn). Riley era integrante do canal Paranormal Paranoids, grupo de jovens caçadores de fantasmas que desapareceu misteriosamente durante uma gravação em uma prisão abandonada na cidade fictícia de Shelby Oaks. Quando um homem aparece na casa de Mia trazendo uma fita perdida com supostas imagens do último episódio do grupo, ela decide investigar o que realmente aconteceu.

Essa estrutura inicial, construída a partir de gravações e entrevistas em estilo found footage, cria um interessante paralelo entre o desaparecimento da equipe de Paranormal Paranoids e o próprio universo digital que consagrou o diretor. Stuckmann parece dialogar com a cultura de fóruns, vídeos virais e investigações amadoras que marcaram a internet no fim dos anos 2000.

Do found footage ao terror tradicional

Apesar do início promissor, Terror em Shelby Oaks abandona rapidamente o formato de metadocumentário para adotar uma narrativa mais convencional. O que começa como uma montagem de noticiários e câmeras tremidas logo se transforma em um filme de terror tradicional, repleto de sustos repetidos, closes dramáticos e efeitos digitais. Essa mudança de linguagem fragiliza o impacto do prólogo e distancia o público da sensação de realismo que o gênero found footage costuma proporcionar.

O filme tenta equilibrar o mistério da fita perdida com o drama familiar de Mia, mas o foco excessivo em emoções melodramáticas acaba diluindo a tensão. Mesmo com boas ideias visuais e uma tentativa de resgatar a atmosfera de produções como A Bruxa de Blair (1999) e Lake Mungo (2008), Stuckmann parece preso à nostalgia. A homenagem se sobrepõe à reinvenção.

Repetições e ecos de um gênero saturado

Entre câmeras que giram lentamente para revelar presenças ao fundo e janelas que se estilhaçam, o filme revisita truques conhecidos do terror contemporâneo. O uso recorrente de elementos como respirações em cômodos frios ou aparições ao fundo reforça a sensação de déjà vu. Em vez de ampliar o desconforto, a repetição acaba neutralizando o suspense.

Mesmo assim, há lampejos de originalidade. Keith David, em breve participação, interpreta o ex-diretor da prisão onde Riley desapareceu, sugerindo uma história paralela mais instigante do que a trama principal. Essa sequência isolada demonstra a capacidade de Stuckmann para criar tensão quando se distancia da fórmula.

Terror em Shelby Oaks (2025) - Crítica, Fatos e Curiosidades do Filme

Crítica: vale à pena assistir Terror em Shelby Oaks?

Um primeiro passo promissor, mas irregular

Terror em Shelby Oaks reflete o entusiasmo de um fã que finalmente atravessa a fronteira entre crítica e criação. Stuckmann demonstra conhecimento técnico e um olhar apaixonado pelo horror, mas ainda busca encontrar sua própria voz em meio às referências. O filme revela um cineasta em formação, dividido entre reverenciar os clássicos e criar algo novo.

No fim, a produção funciona mais como um espelho do próprio diretor — um apaixonado por filmes de terror tentando decifrar as regras do medo dentro de um gênero que já analisou tantas vezes. E se o resultado não é totalmente assustador, é, ao menos, um curioso registro de transição: o momento em que o crítico decide enfrentar os fantasmas que sempre observou do outro lado da tela.