De vez em quando aparecem uns filmes que inovam bastante na sua narrativa, que trazem elementos novos ou de formas que não vimos antes. Mas muitas vezes, essas “inovações” são somente cosméticas, não ajudam em nada na trama e em contar uma história. Felizmente, Amnésia não é um desses.
O segundo filme de Christopher Nolan (sério, procurem toda filmografia dele, o cara só tem filme bom) conta a história de Leonard (Guy Pearce), um homem em busca de vingança contra aquele que estuprou e matou sua mulher. O problema é que , por causa do trauma, ele tem perda de memória recente (o que mostra que o nome do filme em português está horrível, ele mesmo fala que não tem amnésia no filme). Depois do incidente, ele esquece tudo que acabou de presenciar e, para se lembrar, ele tatua o corpo lhe contando toda a história até ali e como está sua investigação.
Até aí e um filme de vingança normal. Mas a grande sacada de Memento é como a história é contada: de trás para frente. Mas como isso funciona? Cada cena do filme termina exatamente quando começa a próxima. Ou seja, toda vez que começa uma cena, você não sabe como ele chegou até ali, ou seja, a narrativa do filme te coloca exatamente como está o personagem principal! Pois ele também se esqueceu como chegou até ali. Essa é a genialidade da narrativa e montagem do longa.
Além disso, o filme tem uma trama bem interessante com várias reviravoltas e provavelmente você terá que assistir mais de uma vez para entender direito, tudo isso com um clima bem noir. É um pouco confuso mas, como todo filme do Nolan, é tudo muito bem amarradinho. Sendo esse até o filme dele que mais exige do telespectador, pois geralmente ele gosta de explicar tudo bem direitinho, aqui ele confunde você de propósito.
Amnésia é um filme que deve ser assistido pela genialidade de como conta uma história. É uma aula de roteiro, direção e montagem. Uma aula de cinema.