Existem diversos filmes de ficção científica que tocam no tema da viagem no tempo, muitas vezes pode ser de forma fantástica, outros de forma cômica, mas acredito que nenhum nos apresenta o conceito de forma psicológica tão interessante como Os 12 Macacos, esse filme de Terry Gillian dos anos 90 consegue nos colocar na mente de um viajante do tempo que questiona seus próprios atos.
No longa, acompanhamos o personagem de Bruce Willys, um prisioneiro que vive em um futuro pós apocalíptico onde uma doença dizimou boa parte da população. Ele é escolhido então para voltar ao passado e coletar informações sobre o vírus, ao voltar ele acaba sendo capturado como um louco e a partir disso ele começa a questionar sua própria história.
A grande sacada do filme é que ele nos coloca na pele do protagonista, em certo momento estamos acreditando em tudo que nos é apresentado, mas depois nós também começamos a duvidar da realidade. Mas só para depois o jogo virar novamente e irmos para o outro lado, e o longa fica brincando com isso direto, criando uma dinâmica interessante. É até desapontante quando ele nos apresenta a versão oficial, o filme perde até um pouco da graça.
Um ponto a se apontar é a atuação de Brad Pitt, que faz um dos loucos do manicômio, ele consegue entregar um carismático porém assustador maluco com uma falas bem interessantes que rapidamente nos lembram do seu personagem em Clube da Luta. Outro legal ponto forte é quando realmente entendemos como a viagem no tempo funciona no filme, com uma das cenas finais mais impactantes do cinema.
Os 12 Macacos é um filme inteligente e ousado, que traz uma ficção científica mais psicológica e uma discussão moral interessante. Ele perde um pouco a graça quando nos entrega a verdade mas a jornada enquanto tentamos entender o que está acontecendo é muito prazerosa.