Supergirl rima com esperança

Ao final do primeiro episódio da segunda temporada de Supergirl, é impossível não ficar com um sorriso no rosto. Não apenas pela qualidade do produto, mas pela sensação de leveza que a série desperta no espectador. Existe espaço para os momentos de tensão, mas nada que tire o brilho de Kara e suas aventuras. Na verdade, só faz com que você queira provar mais daquilo. O que é algo importante para uma série de TV.

Esse segundo ano começa de onde a primeira temporada terminou, com um novo pod kryptoniano pousando na terra, contendo em seu interior um homem em coma. A princípio, todos os elementos apontam que ele veio realmente do planeta dos super primos. O DEO está de cara nova, em um ambiente muito mais amigável; Winn entrou de vez para a equipe e J’onn J’onzz segue sendo o paizão ranzinza. Mas o principal ponto disso é que a Supergirl finalmente aceitou seu papel como super heroína.

Mas o problema é que enquanto Kara Danvers acertou o rumo de sua vida com uniforme, ela não sabe muito bem o que fazer quando não está salvando o dia. É aquele dilema da maioria dos heróis: como conciliar uma vida dupla, muitas vezes até tripla? Emprego, amigos, relacionamentos amorosos e etc. Nesse cabo de guerra, a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.

É aí que entra Clark Kent, também conhecido como Superman. Interpretado por Tyler Hoechlin, ele surge para auxiliar sua prima nesse momento tão delicado. Mostrando que consegue tirar de letra sua vida como repórter, namorado e salvador da Terra. Mas é bacana perceber que sua presença não ofusca em nenhum momento o protagonismo de Kara, o que aconteceria em qualquer outra mídia. Mostrando que essa é a série da Supergirl e ponto.

Sim, ele surge de uniforme e deixa as pessoas impressionadas, arranca suspiro das mulheres e deixa J’onn desconfortável (culpa de uma briga antiga envolvendo kryptonita). Mas o que importa não é o S em seu peito, mas os momentos em que ele é o atrapalhado repórter do Planeta Diário. As cenas em que eles caminham como Clark e Kara são as melhores de todo o episódio. Sendo normais, conversando sobre problemas de pessoas normais. O equilíbrio perfeito que falta nas outras produções da parceria DC Comics/ The CW.

xzvwfiiekxfrtystmd8aams43eh

Outra personagem que funciona no episódio é Cat Grant. Claro, ela ainda é a chefe que todos temem, mas também é uma espécie de mentora para Kara. Aconselhando a jovem sobre qual profissão escolher e não ter medo de mergulhar de cabeça em seus objetivos. Lena Luthor também parece uma ótima adição ao elenco. Agora que seu irmão está na cadeia (cortesia do Superman), ela parece disposta a recomeçar a vida. Duas mulheres poderosas que podem guiar Kara ao longo da temporada.

A mudança de canal fez muito bem para Supergirl. Mesmo que os produtores tenham decidido manter a série numa dimensão diferente, ela agora faz parte do Arrowverse (junto com Arrow, Flash e Legends of Tomorrow). Ainda quando pertencia a CBS, Supergirl já possuía todo um jeitão de The CW. Agora ela está num lugar onde pode ser radiante sem que ninguém torça o nariz. E ainda estreou com números impressionantes, deixando o Arqueiro Verde e o Velocista Escarlate comendo poeira.

maxresdefault-1

Supergirl é colorida, animada e divertida. Um contraponto bastante interessante ao que a DC Comics está criando nos cinemas. Nem tudo precisa passar por um filtro cinza e os heróis não precisam ser sempre sisudos e traumatizados. Existe espaço para os raios de esperança que a série carrega e que são sempre bem-vindos.