Se alguém não conhece o Superman, um dos maiores super-heróis do mundo, essa pessoa provavelmente vive debaixo de uma pedra. E, quando pensamos no cinema, não é o rosto de Henry Cavill que nos vem primeiro à mente, mas sim o icônico Christopher Reeve, que deu vida ao personagem pela primeira vez em 1978.
Na época, Christopher Reeve era apenas um jovem com muitos sonhos, trabalhando no teatro, uma grande paixão sua e um refúgio de uma infância marcada por uma família desestruturada. Junto de seu melhor amigo, outra figura icônica do cinema, Robbin Williams, seu talento já era nítido, sendo considerado um excelente ator e com um brilhante futuro à frente quando apareceu com uma proposta de tentar um papel no cinema. Apesar de tentarem dissuadi-lo, Christopher foi em frente e conquistou todos. Mesmo sem o porte físico que o papel exigia, ele mostrou-se o verdadeiro Superman e, com isso, alcançou o estrelato. Contudo, ficou eternamente ligado à imagem do super-herói, tornando-se um símbolo vivo do personagem.
Reeve era um homem muito ativo, enfiando-se em diversas atividades ao ar livre, levando seus filhos do primeiro casamento com ele. Um dia, para um papel no cinema, ele precisou aprender a cavalgar. E, apesar de ter uma terrível alergia a pelo de cavalo, Christopher se dedicou ao aprendizado e se orgulhava de poder dizer que era ele, de fato, quem cavalgava nas cenas. Apaixonou-se pelo hipismo e passou a competir em provas de salto, sem imaginar que essa paixão um dia o levarias a um trágico destino. O documentário Super/Man: A História de Christopher Reeve não demora para nos mostrar, em detalhes, o que aconteceu antes, durante e depois do acidente, o que tirou aquele homem orgulhoso e ativo da sua vida e o levou para um ponto onde nunca se imaginou, o de alguém completamente dependente.
Com muita sensibilidade, o documentário constrói cada aspecto da vida de Christopher Reeve, intercalando momentos do passado e do presente, mostrando sua trajetória não apenas como ator, mas como um ser humano de grande força e resiliência. Em meio a cenas de seus filmes e aparições públicas, somos apresentados a fotos de família, filmagens íntimas e relatos de amigos próximos, como Glenn Close, Susan Sarandon, Whoopi Goldberg, Jeff Daniels, e, principalmente, a visão de seus três filhos: Matthew, Alexandra e William.
A direção do documentário é extremamente eficaz em nos imergir na vida e no legado de Christopher Reeve, que foi muito mais do que o rosto de um super-herói poderoso. Ele foi um verdadeiro herói na vida real, dedicando-se a causas importantes até o fim de seus dias. Após seu acidente, fundou, junto com sua esposa Dana, a Fundação Christopher & Dana Reeve, em 1982, uma organização dedicada a melhorar a qualidade de vida de pessoas com paralisia. Hoje, esse trabalho é levado adiante por seus filhos, que continuam com a importante missão de seus pais.
Sinceramente, o documentário é uma pincelada no importante legado de Christopher Reeve e sua família, que segue acontecimentos primordiais na sua vida sem se perder em detalhes supérfluos. É impossível sair do cinema sem derramar lágrimas, pois a realidade nunca é 100% feliz, assim como não é 100% triste. Você chora de felicidade, você chora de tristeza, as emoções aflorando à medida que seguimos a vida de alguém que fez tanto e com tanta força, evitando esmorecer dentro de uma situação que, sinceramente, ninguém sabe como se sentiria dentro dela. “Super/Man: A História de Christopher Reeve” merece ser visto por todos, mesmo por aqueles que não são fãs do Superman ou que não acompanharam o trabalho de Reeve. Afinal, Christopher Reeve era muito mais que um super-herói nas telas, ele era um ser humano extraordinário.
“Super/Man: A História de Christopher Reeve” chega em alguns cinemas do Brasil em 17 de outubro. Posteriormente, o filme estará disponível na Max