Já se foi a época que as lojas de aplicativos tinham apenas pequenos jogos, com ideias legais e partidas curtas, prontas para serem distrações em uma fila ou na hora do troninho. Hoje em dia é difícil achar um passatempo pra chamar de meu sem milhões de anúncios — pelo menos, até começar minhas tacadas em Subpar Pool. Mesmo sendo uma experiência mobile premium (e não ser grátis), está sendo o meu jogo de celular do ano.
Seu conceito principal é misturar dois esportes que já tinham implementações digitais bem parecidas: minigolfe e sinuca. Você usa uma bola branca para encaçapar as outras em mesas fechadas (como no bilhar) que mudam sempre, com novos objetos para atrapalhar, e uma quantidade de tacadas máxima em cada buraco, o clássico par (como no golfe em miniatura).
Pelo menos na tela de toque, os controles são bem simples e intuitivos. Junto com várias ideias legais de qualidade de vida (como ver a linha de trajetória da bola branca e das outras que ela vai colidir com), ele é realmente perfeito pra pequenas partidinhas, já que todo o progresso — mesmo dentro de uma run — é salvo automaticamente.
Em Subpar Pool, entretanto, falar sobre “novos objetos pra atrapalhar” é quase um desserviço pela quantidade de elementos que vão sendo desbloqueados conforme você joga. Novos tipos de mesa com seus próprios elementos (como portais de teletransporte), novas regras de jogo e até novos tipos de bola, como uma que segue você se chegar perto, vão se tornando disponíveis.
Não só eles funcionam bem sozinhos, mas você vai constantemente misturar esses elementos para criar situações únicas em cada run de Subpar Pool. As fases são criadas proceduralmente a partir das “cartas” que você escolhe, permitindo que nenhuma partida seja exatamente igual a outra, mas que você também tenha controle sobre o que e quando jogar.
Às vezes, ele parecia um jogo de tabuleiro bem modular, em que eu escolhia quais mecânicas usaria para uma partida e embaralhava as peças para criar um cenário novo. Mesmo que nem sempre você consiga uma solução perfeita para uma fase, a quantidade de opções que as mecânicas de sinuca trazem acabam dando bastante liberdade, e é difícil realmente perder uma run completamente.
A forma como você desbloqueia essas cartas é por meio de desafios que aparecem na tela inicial, algo bem parecido com a lista de conquistas de Vampire Survivors, por exemplo. Enquanto algumas simplesmente pedem para concluir runs, outras solicitam que você faça coisas mais específicas, que podem ser mais difíceis (principalmente quando os cenários são aleatórios). Ainda assim, não há escolha na ordem de desbloqueio, o que pode te deixar travado por um tempo sem algo que te interesse.
Então, por mais que Subpar Pool tenha muitos conteúdos e seja legal experimentar suas misturas, a progressão mais lenta e sem decisão do jogador acaba criando várias runs que são, em definição, diferentes, mas que ainda passam o mesmo sentimento — principalmente se você não gostar de alguma carta e não usá-la tanto assim. Eu sempre senti que poderia jogá-lo a qualquer hora, mas não mais que algumas poucas runs de uma vez até cansar um pouco e querer ver outra coisa no celular.
Subpar Pool é o jogo perfeito pra quem ainda procura no mercado mobile um passatempo divertido para uma fila, uma reunião chata ou uma chamada da natureza. Suas mecânicas simples e divertidas possibilitam abrir o app e jogar a qualquer momento, sem se preocupar com níveis ou história — e a natureza procedural das fases consegue mostrar bem todas as possibilidades presentes no pacote, principalmente em pequenas doses durante o tédio. Eu demorei pra achar um jogo que ficaria instalado no meu celular por meses, mas acho que essa, literalmente, foi a tacada certa.
Subpar Pool está disponível para PC na Steam, no Nintendo Switch, para dispositivos Android no Google Play e para iPhone e iPad na App Store.
*Uma cópia do jogo foi gentilmente cedida ao CosmoNerd pelo time de desenvolvimento para a produção deste texto.
